O tradicional espetáculo da representação da morte e ressurreição de Jesus Cristo, realizado há 44 anos no CSU (Centro Social Urbano) de Londrina, na Vila Portuguesa, região central, vai permanecer no 'buracão'. Após ter vetado o evento no local por motivos ambientais, a Sema (Secretaria Municipal do Ambiente) voltou atrás da decisão pelo fato de que nunca foi registrado incidentes durante o espetáculo em anos anteriores. A apresentação será nesta sexta-feira (29), no CSU, a partir das 20h.
Em entrevista à Folha, Davi Dias, diretor geral da peça, explicou que a Sema não havia liberado o espaço para a realização do espetáculo mesmo com a autorização por parte do Corpo de Bombeiros. Segundo ele, o ninho de algumas espécies de aves no local é o que teria motivado a transferência para o aterro do Lago Igapó.
A Prefeitura de Londrina, por meio de sua assessoria, havia confirmado na manhã desta terça-feira (26) que a decisão levava em conta os possíveis impactos ambientais, já que o CSU é lar de nascentes d’água, assim como de famílias de seriemas, pica-paus, corujas e outros animais, em imbróglio parecido com o ocorrido com o bloco de Carnaval, que teve de ser cancelado.
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A peça já tinha sido encenada no último domingo (24) no aterro do Lago Igapó, e agora retorna para a segunda apresentação no CSU, conforme planejamento original. “O teatro tem que acontecer independente da recusa de alguma autoridades, então nós sempre damos um jeito e procuramos alternativas para fazer em outro espaço. A nossa intenção sempre foi realizar o evento sem criar polêmicas e sem criar intrigas”, apontou Dias.
Por conta da tradição de mais de quatro décadas, o diretor disse que a preferência era de que o teatro fosse realizado no CSU. mas reforçou que o mais importante é que a peça e as orações cheguem à população. A celebração começa às 18h com a pregação de Jéssica Pieri Adma; a partir das 20h, o teatro da Paixão de Cristo toma o espaço, que tem duração média de 1h30. A expectativa é de receber 10 mil pessoas.
“O teatro é a minha paixão de vida. Eu nasci no teatro e é a coisa que eu mais penso todos os dias. Independente de outros amores que eu tenha na vida, o teatro é o maior deles”, afirma o diretor, ressaltando o empenho, a dedicação e o amor de toda a equipe que faz o espetáculo acontecer.
Matéria atualizada às 16h20.