Após reunião com o Departamento de Estradas de Rodagens do Estado do Paraná (DER), o Ministério Público (MP) optou por manter a paralisação da construção no viaduto da PR-445 com avenida Dez de Dezembro, em Londrina.
A justificativa do promotor de Direitos Constitucionais, Saúde Pública e Saúde do Trabalhador, Paulo Tavares, é a falta do memorial de cálculo. O documento, geralmente anexado ao projeto, detalha todos os cálculos feitos até a conclusão da edificação. A construtora responsável não apresentou os dados durante a reunião de hoje.
Diante disso, o Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (CEAL) considera impossível garantir a segurança da estrutura sem, primeiro, analisá-los. "Aguardamos a remessa para verificar se a estabilidade está garantida", comentou Vitor Faustino Pereira, membro do CEAL.
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Pereira ainda ressaltou que não restam dúvidas de que houve mudanças da técnica construtiva utilizada no muro de contenção ante ao projeto inicial. "Quanto a isso não há discussão. A técnica usada pela construtora é obsoleta, ou seja, não a utilizamos em obras de engenharia desse porte. Ela traz um custo menor, mas gera mais patologias, como tem gerado, tendo em vista as rachaduras de 30 a 40 cm de comprimento. Isso não é normal. Esses problemas comprometem a vida útil da obra". No planejamento original estavam previstas contenções em solo reforçado, com manta geotêxtil, com parâmetro em placas de concreto. Ao contrário, estão sendo executados muros de gravidade.
A Promotoria estabeleceu 24 horas para que a empreiteira e o órgão estadual entreguem o memorial. A partir daí, o CEAL terá mais 48 horas para avaliá-los. Sendo assim, os trabalhos seguem suspensos por, pelo menos, três dias. (Com informações do repórter Vitor Ogawa, da Folha de Londrina).
(Atualizada às 14h06)