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Melhores condições

Pavilon faz protesto por calçados e uniforme

Redação Bonde
07 nov 2007 às 09:46

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As botas fornecidas pela prefeitura, segundo os trabalhadores, não agüentam a temperatura e derretem - Marcos Zanutto
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Cerca de 40 funcionários da Pavilon, unidade de pavimentação do município de Londrina, fizeram uma paralisação na manhã desta terça-feira para reivindicar o cumprimento de uma determinação básica: o fornecimento de equipamentos pessoais de segurança, como uniforme, calçados, luvas, máscaras e protetores de ouvido.

''Estamos pedindo há um ano e meio e até agora nada. Tinham falado que iam providenciar até o dia 31, e como não veio, estamos fazendo esse protesto'', explicou o servidor Márcio Caetano Abelha, acrescentando que, além de tudo, as botas fornecidas pela prefeitura não são adequadas ao serviço de pavimentação. ''Essas botas não foram feitas para aguentar a temperatura do asfalto, que chega a 150 graus, e derretem. Então a gente tem que parar e descansar um pouco, trabalhar, parar mais um pouco, senão queima o pé'', revelou, admitindo que com um calçado adequado até a produtividade seria melhor.

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''A gente lava a rua, molha a bota, depois vai pisar no asfalto quente, cozinha tudo, dá micose no pé. Estamos só reivindicando condições de trabalhar'', complementou Valdecir Neves, que vestia um uniforme doado por outro servidor. ''A gente acha um jeito de ir levando, mas não tem estímulo. O pior é o descaso. Fazemos um serviço que é essencial, tanto que quando estávamos parados tivemos até ordem judicial para voltar. Deveria ter um mínimo de consideração'', acrescentou Agostinho Silva.

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Os servidores relataram que estão tendo que utilizar o próprio dinheiro para comprar calçados para o trabalho, além de usar as próprias roupas na falta do uniforme. A Pavilon produz entre 80 e 100 toneladas de massa asfáltica e realiza de 25 a 30 serviços por dia, entre recapeamento, tapa-buracos e outros.

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O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Londrina (Sindserv), Marcelo Urbaneja, sugeriu que a prefeitura poderia estar sucateando o setor para posteriormente poder justificar uma terceirização. ''Eles fazem um trabalho insalubre e perigoso, e precisam desses equipamentos, que são de proteção individual. Se fosse em regime de CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), a administração seria multada em milhões. Mas não há punição para o administrador público, por isso ele deita e rola'', comentou.


O secretário de Gestão Publica de Londrina, Jacks Dias, informou que o Município vai investir R$ 165 mil na aquisição de cerca de 7 mil unidades de 43 itens de segurança do trabalho para a utilização de servidores de diversas secretarias municipais. O edital de pregão eletrônico, na modalidade registro de preços, será publicado ainda esta semana pela Secretaria.

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Os equipamentos e materiais listados incluem, entre outros itens, botas de couro, botas de plástico, botinas com biqueira, luvas de raspa de couro, luvas de borracha, luvas de vinil, óculos de proteção, capas impermeáveis, agasalhos, kit de aplicação de inseticidas, máscaras de proteção de poeira, máscaras de proteção para solda elétrica, capacetes e protetores de canela.


Segundo Dias, o material atenderá não só os operários da secretaria de Obras, mas também do Meio Ambiente, Agricultura, Saúde e Assistência Social. ''A Prefeitura vai entregar os equipamentos aos servidores conforme a demanda das secretarias. A demanda da secretaria de Obras, por exemplo, está orçada entre 8 mil e 10 mil reais'', completou.


Ainda conforme o secretário, o resultado da licitação deve ser divulgado no próximo dia 22 de novembro e as primeiras entregas de materiais devem ocorrer no final deste mês. Segundo o presidente do Sindserv, Marcelo Urbaneja, os funcionários da Pavilon decidiram retomar as atividades. ''Se nada acontecer depois do dia 22, eles vão parar de novo.''

Folha de Londrina


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