Conjunto Maria Lúcia, Zona Oeste de Londrina. Em uma pequena chácara cravada num fundo de vale, Édio Nunes Pereira, 40 anos, o ''Zé do Alho'', realiza o sonho de viver mais perto da natureza. Quando comprou o terreno, há três meses, a primeira providência do ex-vendedor de alho foi tirar toda a sujeira acumulada no riozinho que passa nos fundos da propriedade.
''Tinha muita tranqueirada, coisa que o povo joga'', lembra. Hoje, com uma canequinha, Pereira usa a água do ribeirão para irrigar a horta recém-plantada, que dá alface, almeirão e cebolinha. Ele vai tirar dali o seu sustento.
Jardim Imagawa, Zona Norte.
O campeiro Luciano César Ignácio, 38 anos, cumpre mais uma de suas idas habituais ao ribeirão que passa sob a ponte de madeira. Junto com ele, vão surgindo três, seis, mais de doze cavalos, bois e vacas que vão matar a sede na água fluvial. É uma cena bucólica, isolada em meio a casas e asfalto. ''Já faz um tempinho que trago os animais aqui, nunca deu problema'', diz Ignácio, que cria o gado em uma propriedade do Jardim Nova Olinda, na mesma região.
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Conjunto Lindóia, Zona Leste. O cheiro forte da Estação de Tratamento da Sanepar já não incomoda o agente técnico e caseiro Vicente Zanini Ferrer, 43 anos. Ele mora em uma casa dentro da estação, com mulher e filho, há oito anos. O ribeirão logo à frente é, para o funcionário, apenas a divisa entre a área da estação e a rua. Embora observe ali a presença de grandes tilápias, Ferrer diz não ter coragem de pescar ou deixar o filho brincar nas águas.
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