O projeto de lei que cria um Fundo Municipal da Promoção da Igualdade
Racial gerou debate na Câmara Municipal de Londrina na sessão desta
terça-feira (28), mas foi aprovado por ampla maioria com 14 votos
favoráveis e quatro contrários. A proposta encaminhada pela atual
gestão Marcelo Belinati (PP) tem objeto de atrair recursos para que
sejam aplicados
exclusivamente nas ações, programas, projetos e atividades voltados à
políticas públicas, sob supervisão do Conselho Municipal de Igualdade
Racial.
Contrário a criação do fundo, o vereador Claudemir dos Santos, o Santão (PSC), colocou em xeque a matéria alegando inconstitucionalidade da proposta e idoneidade do conselho. "Vamos parar de dividir as pessoas em raça. Aqueles que ficam inferiorizando as raças, são esses que são racistas. Aqui em Londrina no passado, 15 pessoas já foram presas por emissão de notas fiscais falsas em conselhos. Duvido que não haja desvio de dinheiro público em conselhos. Acredito que o fundo de dinheiro será usado para ativismo político."
O líder do prefeito na Casa, vereador Fernando Madureira (PP), disse que não há viés político no projeto de criação do fundo para políticas públicas em combate ao racismo. "Essa é uma Casa de fiscalização e todos os projetos passam por nossa fiscalização. A lei está criando um fundo municipal. Esse fundo vai pedir que o governo federal e outras fontes possam viabilizar verbas para políticas públicas. Acredito muito no poder fiscalizatório dos órgãos de controle e do Legislativo."
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Representantes da OAB (Ordem dos Advogados de Londrina) e do conselho
municipal da Igualdade Racial foram à Câmara defender o projeto e
rebater as críticas. "Quando tratamos a causa negra e o racismo, estamos
discutindo a pacificação. Para isso, nós precisamos de verba, de todo
apoio possível. O projeto do fundo é para garantir subsídio para que
esses projetos possam ser feitos. Essa luta é de todos, não é só de quem
tem pele escura. Quando fazemos o recorte de cor é porque devemos
tratar o índividuo perante a sua desigualdade. Além disso, não existe
inconstitucionalidade nesse projeto e o Supremo [Tribunal Federal] já
tratou disso. Todas as prestações de contas serão feitas porque serão
verbas para as causas sociais", argumentou a advogada Maria Lucilda
Santos, presidente da Comissão de Igualdade Racial, da OAB Londrina.
A
vereadora Lenir de Assis (PT) cobrou do vereador Santão que demostre as
acusações feitas sobre os conselhos municipais de Londrina. "Não se
trata de um projeto de esquerda, de direita ou centrão. É um projeto que
trata de humanidade, de valores. Não trata de questões partidárias e
filosóficas. Quanto ao vereador que trouxe acusações graves sobre os
fundos, que traga para essa Casa. Isso precisa ser levado a cabo,. É
fundamental, que qualquer munícipe, que saiba de possíveis desvios
públicos, os aponte."
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