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Contra o aumento da tarifa

Protesto no entorno do Terminal Urbano interrompe o trânsito dos ônibus em Londrina

Auber Silva - Redação Bonde
12 fev 2014 às 19:41

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- Ricardo Chicarelli/EquipeFolha
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No quarto protesto do Comitê pelo Passe Livre contra o aumento da tarifa do transporte coletivo em Londrina, realizado no final da tarde desta quarta-feira (12), os manifestantes decidiram focar suas ações no entorno do Terminal Urbano. Após concentração marcada para as 17h, cerca de 100 pessoas saíram da Praça Rocha Pombo para percorrer o perímetro do local portando faixas e cartazes pedindo a redução do preço da passagem, que no começo do ano subiu de R$ 2,30 para R$ 2,65.

Por volta das 18h, o grupo desceu a Avenida São Paulo, parou diante da entrada de passageiros, gritou palavras de ordem e distribuiu folhetos e jornais entre os presentes. "Vamos continuar com os protestos e queremos nos aproximar dos trabalhadores. Sabemos que é difícil, trabalhar das 8h às 18h e depois ainda participar da mobilização, mas estamos tendo uma resposta positiva entre os trabalhadores", disse Willian Casagrande, um dos membros do comitê.

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Após o corpo a corpo com os usuários do transporte coletivo, os manifestantes desceram até a Avenida Leste-Oeste e pararam diante da saída de ônibus. Receosos, os motoristas demoravam a deixar o terminal, o que provocava pequenos atrasos a cada carro. Nenhum ônibus, no entanto, foi impedido de voltar à rua. Da mesma forma, nenhum manifestante invadiu o Terminal, fato que desmobilizou os cerca de 15 seguranças particulares presentes. Nenhum episódio de violência ou vandalismo foi registrado.

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A pista da Leste-Oeste diante do Terminal ficou fechada por aproximadamente 20 minutos. O outro lado da avenida, que ruma para o centro pelas ruas Pernambuco e Fernando de Noronha, não apresentou qualquer problema. "Vamos fazer bloqueios de acordo com a movimentação dos manifestantes", afirmou, no local, o diretor de trânsito da Companhia Municipal de Transporte e Urbanização (CMTU), Arnaldo Sebastião.

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De fato, conforme o corpo de protesto avançava, agentes da CMTU faziam desvios uma quadra antes. A partir das 18h20, nenhum coletivo vinha para o terminal, causando confusão entre os passageiros, que bombardeavam os fiscais com perguntas sobre pontos e linhas. "Agora é esperar o pessoal ir embora para que os ônibus possam voltar. Não tem nenhuma previsão", informava um fiscal que preferiu se identificar apenas pelo primeiro nome, Edmilson.


Do lado de fora, os trabalhadores se dividiam entre aqueles que decidiam fazer seu caminho a pé ou chegar até a parada mais próxima e os outros que aguardavam pacientemente a retomada da operação. "Atrapalha bastante, mas seria bom se eles conseguissem abaixar a tarifa, né? Mas tá difícil", opinou o pedreiro Agnaldo Aparecido Souza, de 39 anos, há apenas 15 dias na cidade. Ele trabalha em uma construção no Jardim Cláudia (zona sul) e esperava um ônibus para voltar para casa, no Maria Lúcia (zona oeste).

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Por volta das 18h45, após percorrerem todo o entorno do terminal, paralisando o trânsito nas vias por alguns minutos, os manifestantes retornaram à Praça Rocha Pombo. O funcionamento do terminal voltou ao normal minutos depois das 20h.


Presença da Polícia Militar

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Por volta das 17h, em cada ponta da Praça Rocha Pombo havia pelo menos dez policiais militares. Além da presença, os PMs distribuíram folhetos entre os presentes com orientações para o protesto, entre eles "tanto o patrimônio público quanto o particular devem ser preservados", "o direito à manifestação [...] deve ser exercido de forma a que outros direitos, de terceiros, entre os quais o de ir e vir [...] sejam preservados" e "uma manifestação democrática legítima é aquela que não permite que seus manifestantes pratiquem qualquer que seja o ato ilícito".


A presença policial incomodou os manifestantes. "O real motivo disto é estar mais próximo ao movimento para dar uma resposta à sociedade. A gente vê como uma forma do trabalho da polícia mesmo, de continuar a repressão ao movimento", avaliou Willian Casagrande, do Passe Livre.

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A ação da Polícia Militar ficou restrita à praça. Os policiais não acompanharam ou seguiram os manifestantes em nenhum momento.


Novo protesto

Ainda durante a concentração na Praça Rocha Pombo, além dos membros do Comitê pelo Passe Livre, outros manifestantes, de grupos ligados a associações de bairro, disseram que um novo protesto está marcado para as 14h desta quinta-feira (13). A informação, no entanto, não foi confirmada pelos integrantes do movimento. "Não estamos sabendo e não somos os promotores desta mobilização. Se for favorável a nossas causas, sem interesses políticos ou eleitoreiros, poderemos participar, mas isto ainda não foi decidido", afirmou Murilo Pajolla, membro do Passe Livre.


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