Policiais civis e peritos do Instituto de Criminalística de Londrina fizeram na noite desta quarta-feira (28) a reprodução simulada do crime ocorrido em 11 de outubro, que tirou a vida do agente penitenciário Walter Giovani de Brito, 26 anos.
Também participaram da reconstituição dos fatos o autor do homicídio, Juliano Jadson dos Santos, de 21 anos, e os agentes penitenciários Bruno Mazzini da Silva, 26, e Levindo Custódio Júnior, 34, que moravam com Walter em uma "república" e estavam no carro no momento dos fatos.
A simulação, que teve a presença de policiais militares para garantir a segurança e a interdição da Avenida Santos Dummont, onde ocorreu o crime, e de promotoras da 1ª Vara Criminal, durou cerca de um hora e meia. "Reconstituímos as duas versões: a do agente Levindo e a do acusado Juliano", afirmou o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial de Londrina, Sérgio Barroso. Levindo diz que Juliano atirou primeiro e Juliano diz que somente após ter sido ferido por Levindo é que descarregou seu revólver contra o veículo.
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Após a reconstituição, o delegado manteve a convicção de que o crime foi causado por uma briga de trânsito e não por vingança, conforme alega o agente. "Mantenho minha convicção inicial, mas não quero entrar no mérito da reconstituição antes de ficar pronto o laudo da criminalística".
A princípio, o que se sabe é que na data do crime – a noite de um domingo, após a transmissão pela televisão de um jogo da seleção brasileira de futebol (contra a Venezuela) – Walter, que teria ingerido bebida alcoólica, teria saído de um bar onde estava com os outros dois agentes. Walter conduzia um Fiat Uno.
Versão de Juliano
Na versão de Juliano, o veículo Fiat teria "fechado" sua motocicleta no cruzamento da Rua Capitão João Bussi no Jardim Califórnia, em frente à Associação do Banco do Brasil. Mais à frente, Juliano teria resolvido "tirar satisfações", emparelhando sua moto com o carro dos agentes. Juliano também teria ingerido bebida alcoólica.
Quando estava do lado do carro, Levindo – que estava no banco de passageiro – teria sacado a arma e disparado contra Juliano. Este revidou os tiros, atingindo e matando Walter e ferindo Bruno, que estava no banco traseiro do Uno.
Versão do agente
Já, na versão do agente penitenciário Levindo, não houve briga de trânsito; o rapaz teria passado ao lado do carro e começado a atirar, sem qualquer motivo. Neste momento, Levindo revidou, tentando proteger a si e aos colegas.
Bruno disse que estava bastante alcoolizado e dormia no banco traseiro no momento dos disparos. "Ele não colaborou em nada", disse Barroso.
Mantendo esta versão, os agentes alegam que o crime foi motivado por vingança a pedido de algum preso ou de ex-presidiário, já que são agentes penitenciários. A categoria chegou a fazer uma paralisação em 23 unidades prisionais no Paraná, pedindo mais segurança e o direito de portar arma de fogo.
Indiciamento
Tanto Juliano quanto Levindo foram indiciados: o primeiro, que permanece preso, responde por homicídio (contra Walter) e tentativa de homicídio (contra Bruno); o agente Levindo, que conseguiu liberdade após ter ficado detido por porte ilegal de armas, responde por porte ilegal de arma e tentativa de homicídio contra Juliano.
O delegado-chefe aguarda a conclusão de duas perícias: uma é um exame de balística na arma de Levindo, cujo projétil ficou alojado no tênis de Juliano; outra é a dosagem alcoólica que foi feita no corpo de Walter, que era condutor do veículo.