Falou-se muito, mas não deu nenhum resultado prático a reunião entre representantes dos estudantes e vereadores com o prefeito Nedson Micheleti (PT), no início da tarde desta terça-feira.
O objetivo era debater o aumento da tarifa no transporte coletivo de Londrina, de R$ 1,35 para R$ 1,60, no último dia 1º. Restou uma ponta de frustração para os estudantes, que foram recebidos no gabinete mas não conseguiram a garantia do Executivo de que a tarifa voltará ao antigo preço.
Micheleti argumentou que o aumento da tarifa não foi uma decisão política e, portanto, não poderia tratar a questão dessa forma. O prefeito preferiu esperar a decisão da Justiça sobre o aumento.
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O promotor de Defesa dos Direitos do Consumidor, Miguel Sogaiar, entrou com pedido de liminar exigindo o cancelamento do reajuste. As empresas que exploram o serviço no município, Transporte Coletivo Grande Londrina (TCGL) e Francovig, a prefeitura e a Companhia de Trânsito e Urbanização de Londrina (CMTU) deverão se pronunciar até quinta-feira perante o juiz substituto Álvaro Rodrigues Júnior.
O prefeito disse ter ''plena convicção'' de que os cálculos apontando que as empresas estariam operando em déficit financeiro estão corretos, principalmente após o reajuste de 18,54% concedido aos trabalhadores. Ele também descartou qualquer possibilidade do município subsidiar parte do passe do transporte coletivo. ''Isso poderia prejudicar toda a cidade.''
Aos estudantes, Micheleti pediu compreensão e colaboração no sentido de engrossarem as discussões sobre o novo sistema de transporte coletivo que deverá ser desenhado para Londrina, depois que a Prefeitura alcançou junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, o direito de realizar a licitação o serviço. Micheleti finalizou dizendo que não gostaria que os estudantes continuassem com os protestos.
Já o representante do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Rafael Moraes, o Português, declarou que os argumentos do prefeito já eram conhecidos e, por isso, a briga pela redução da tarifa estava mantida. ''Vamos continuar com o boicote e com o pula catraca'', afirmou.
Assim que deixaram o gabinete do prefeito, um grupo de cerca de 30 estudantes continuou as manifestações. Quatro ônibus foram parados na avenida Duque de Caxias, sentido bairro-centro, o que complicou o trânsito no local.
Alguns manifestantes deitaram na pista e outros permaneceram em pé na frente dos ônibus. Um fiscal tentou intervir e discutiu com parte do grupo. Irritados, muitos usuários, sobretudo idosos, deixaram os ônibus.
Na avenida Bandeirantes, altura do número 800, os estudantes pararam outro ônibus que fazia a linha 903 (Anel Central). Depois de quase meia-hora com trânsito interrompido na pista bairro-centro, eles conseguiram embarcar e seguiram para o centro, onde se dispersaram.