O vereador Roberto Fu (PDT) deixou o cargo de líder do executivo na Câmara Municipal de Londrina. O anúncio foi feito verbalmente durante a sessão de quarta-feira (16), mas a decisão será oficializada nesta quinta (17). "Ontem após a retirada do projeto [referente à Lei da Muralha] anunciei verbalmente e hoje depois do almoço vou entregar ao executivo uma carta oficializando a decisão", explicou o vereador em entrevista ao Bonde.
Entre os motivos que levaram o vereador a deixar o cargo estão os conflitos entre ele e o prefeito Barbosa Neto em relação à Lei da Muralha. "Estava me sentindo sufocado na condição de líder do executivo. Mas não dá pra dizer que não pesou o confronto entre o líder e o chefe do executivo em relação à Lei da Muralha".
A chamada "Lei da Muralha" foi sancionada na gestão do ex-prefeito Nedson Micheleti (PT) e proíbe a instalação de mercados com área superior a 1.500 metros quadrados dentro do quadrilátero central. O prefeito Barbosa Neto defende a mudança da lei. Para ele, o ideal é que o quadrilátero seja reduzido em 20% e que shopping centers e outros empreendimentos considerados geradores de tráfego também passem a ser restritos para essa área.
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Já Roberto Fu luta para que a Lei da Muralha seja revogada. "Tenho plena consciência de que essa lei é ilegal e inconstitucional", defende Fu.
O vereador disse que ainda não conversou com Barbosa Neto sobre sua decisão, mas garante que isso não vai afetar sua relação com o prefeito. "Sempre que há um confronto fica alguma coisa, mas nada vai fazer eu perder o respeito pelo prefeito. Não vou me declarar inimigo ou oposição. Quanto às votações vou continuar me pautando sempre na legalidade e no que for bom pra Londrina".
Projetos para a "Lei da Muralha"
Durante a sessão de quarta-feira (16) o vereador Roberto Fu pediu a retirada em definitivo do projeto de lei de autoria do executivo que pede uma nova versão da "Lei da Muralha". Com isso, o projeto 445/2011 fica arquivado. Mesmo assim, o prefeito ainda pode encaminhar um outro projeto de lei para a Câmara. "O prefeito pode encaminhar outro projeto se quiser, ele tem a prerrogativa", disse Fu.
Já o projeto do vereador que prevê a revogação da lei está retirado de pauta, mas deve voltar a ser discutido. "O projeto vai voltar a ser discutido. Fizemos reuniões com o Ministério Público, advogados e técnicos e me sindo mais fortalecido em relação ao projeto. O MP recebeu um pedido de uma instituição para abrir uma ação de inconstituicionalidade da lei, mas essa ação está suspensa aguardando o resultado da votação na Câmara".