A superpopulação de pombos é uma realidade em Londrina. Nesta sexta (7), a Sema (Secretaria Municipal do Ambiente) iniciou a aplicação de repelente natural no Bosque Central para tentar reduzir o problema. De acordo com o biólogo e gerente de biodiversidade da pasta, Jonas Pugina, trata-se de um repelente tópico de aplicação no local de pouso das pombas. "A expectativa é que a combinação pegajosidade e cheiro do produto impeçam que o pombo se sente nesse galho ", explica.
Aplicado no topo de uma paineira, o produto biológico tem uma fragrância adocicada, que se assemelha ao cheiro de uva. Para realizar o teste, foi preciso o apoio de um guindaste para que o biólogo fosse posicionado a 20 metros de altura. O objetivo do teste, segundo Pugina, é realizar o manejos das aves em excesso que causam desequilíbrio ambiental. "O excesso de dejeção e a sujidade são visíveis e há um esforço permanente para a manutenção do local", reconhece.
A operação chamou a atenção de moradores e de quem passava pela avenida São Paulo como a londrinense Irani Gerâncio da Silva, 64 anos. "Tomara que dê certo porque diz respeito à saúde das pessoas que moram, trabalham ou simplesmente passam por aqui, porque além da sujeira é um cheiro muito forte. Eu sei de um profissional que fazia limpeza aqui que ficou doente porque varria em volta das ruas dos bosques. Ficou muito doente", conta.
Leia mais:
Fórmula Truck confirma etapa em Londrina em novembro de 2025
Passarela de Natal no lago Igapó em Londrina ultrapassa 50 mil visitantes
Câmara de Londrina veta transposição do Vale dos Tucanos
APP-Sindicato questiona equidade no programa Parceiro da Escola em Londrina
O cuidador de idosos Henrique Nogueira, 27 anos, também apoia trabalho. "O meu paciente tem 90 anos, gosta dos passeios, mas o tempo é reduzido por sabemos que esse mau cheiro é propício a doenças. Embora a revitalização tenha melhorado alguns aspectos, essa é uma tentativa que deve ser feita mesmo porque é necessária", pensa. "Infelizmente os bancos estão sempre sujos, assim como o passeio do bosque, sendo algumas partes impossíveis de serem acessadas", aponta.
De acordo com Pugina, os trabalhos realizados até agora permitem compreender onde as pombas pousam e dorme. "Só pousam e dormem. Não fazem ninhos e nem se alimentam aqui", esclarece. "Essa paineira é um exemplo, pois está sem folhas. Esse teste de microescala será importante para avaliar a funcionalidade e a efetividade do material. Depois dos testes serão feitos novos estudos para então comprovar se foi efetivo ou não e só na sequência poderemos afirmar se é efetivo para uma ampla aplicação", pondera.
O biólogo salienta que outras ações permanentes como a limpeza e manutenção das árvores, o aumento da iluminação e a aplicação de outros produtos favorecem o trabalho. "Sozinho o teste não irá resolver." Ele recorda as tentativas anteriores: "repelência pela iluminação, produto natural biológico, redução de árvores exóticas e poda de árvores para redução de pontos de pouso, diminuição e adensamento das árvores para aumentar ventilação e ondas sonoras", enumera.