A Sercomtel assinou nesta semana a instauração de três processos administrativos contra três de seus funcionários. Um deles é o servidor Izaltino Toppa, que foi preso no dia 26 do mês passado pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), acusado de tentativa de homicídio qualificado contra um colega de trabalho, e João Verdinelli e Tamião de Araújo.
Os processos foram assinados na quinta-feira e apontam que eles são suspeitos de participar de um desvio ocorrido na Sercomtel com o esquema dos cartões para telefones públicos e para recarga de celular pré-pago que pode chegar a R$ 9 milhões. As informações estão no inquérito do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Uma empresa terceirizada, a Solterc, adquiria cartões telefônicos da Sercomtel e revendia para comerciantes e atacadistas. No entanto, para pagar por esses cartões a empresa repassava cheques pré-datados, com vencimento em 10 dias. Os fiscais aceitavam esse contrato de cheques sem avalistas, medida que tornava a cobrança mais difícil no caso de falta de fundos, e a concessão de prazos superiores aos 10 dias exigidos no contrato. A Solterc trabalhou com a Sercomtel durante um ano, entre 2008 e 2009.
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Procurado pela reportagem da Folha o presidente da Sercomtel, Christian Schneider disse que não iria se manifestar sobre o caso para não contaminar o processo, já que ele está na última instância do processo administrativo e caberá a ele decidir o destino dos três funcionários.
"O processo administrativo irá decidir se eles receberão advertência ou até se eles serão desligados, caso eles sejam considerados responsáveis", destacou. Ele falou que o prazo de 30 dias com possibilidade de ser prorrogado por mais 30 é para que esses servidores tenham amplo direito de defesa.
O advogado Antônio Carlos de Andrade Vianna destacou que seu cliente, Izaltino Toppa, não foi ouvido pelas autoridades para dar a sua versão da história. Ele afirmou que irá aguardar o próximo passo do Ministério Público para poder analisar qual atitude irá tomar. A reportagem procurou os advogados dos outros suspeitos, mas não obteve sucesso.
A reportagem também procurou o delegado do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Ernandes Cezar Alves, mas ele não foi encontrado. O promotor do Gaeco, Jorge Barreto, afirmou que, por enquanto, não há novidades relacionadas ao processo.