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Na zona norte

'Só queremos moradia', dizem ocupantes de fundo de vale em Londrina

Auber Silva - Redação Bonde
27 jan 2014 às 19:36

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- Gina Mardones/Equipe Folha
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A falta de perspectivas, o preço dos aluguéis e a vontade de ter uma casa própria estão entre os motivos que levaram cerca de 300 famílias a invadirem nesta segunda-feira (27) o fundo de vale localizado na avenida Ana Caputo Piacentini, no Maria Cecília, zona norte de Londrina. A demarcação dos lotes, de 8 metros quadrados cada, foi realizada na última semana.

De acordo com Maria Aparecida Lopes, representante dos ocupantes, a maioria buscou na invasão uma alternativa à falta de respostas da Companhia de Habitação de Londrina. "Quem está aqui tem ficha na Cohab há mais de cinco anos e não conseguiu uma casa. Muitos não têm mais como pagar aluguel e foram despejados, não têm para onde ir", afirma. Segundo ela, desde que a invasão foi noticiada, mais famílias estão chegando ao local. Atualmente, pelo menos 400 estariam no assentamento.

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"Nós não queremos briga, só queremos moradia. Não vamos sair enquanto não conseguirmos uma casa", diz. Maria Aparecia conta que no ano passado se animou quando soube que o Residencial Ilha Bela (zona leste) estava sendo construído. "Mas eu cheguei na Cohab e me disseram que eu precisaria renovar meu cadastro e não tinha previsão de quando me dariam uma casa. Tenho quatro filhos e pagava aluguel de R$ 450,00, não dava mais pra continuar", explica.

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Enquanto uma solução definitiva não é encontrada, Maria Aparecida, em nome dos demais ocupantes da área, afirma que espera ter uma conversa com as autoridades. "Não precisa nem dar a casa, só um terreno pra gente construir já basta. Esperamos alguém vir conversar com a gente, fazer uma negociação. Um funcionário da Cohab passou por aqui olhando, mas ninguém veio falar com a gente."

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Questão ambiental


Na semana passada, Hoffmann havia informado que a invasão era irregular, pois trata-se de área de preservação ambiental. Uma denúncia deve ser protocolada na Promotoria de Defesa do Meio Ambiente. A orientação da Cohab é para que as pessoas façam cadastro e aguardem serem chamadas.


Histórico recente

No último dia 14, aproximadamente 300 famílias invadiram um terreno particular no conjunto São Jorge, zona norte. Hoffmann disse que a Cohab apurou que 90% das famílias que permanecem no local são moradores do bairro. "Já entramos em contato com os líderes comunitários para que a área seja desocupada. O local é particular e uma ação de reintegração de posse pode prejudicar os moradores interessados em moradias. Próximo ao Novo Horizonte, um outro projeto prevê a construção de 500 casas em 18 meses. As pessoas que permanecem no terreno privado podem ser beneficiadas, por isso, a desocupação é importante", avaliou Hoffmann.


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