Na sexta-feira, o 2º Distrito Policial (DP), na zona leste de Londrina, abrigava 73 homens e 24 mulheres. A superlotação ainda expõe outras deficiências, como o desvio de função e o número reduzido de policiais civis na cidade. Para cuidar de todas as celas do 2º DP há apenas um investigador, que exerce a função de carcereiro. A Folha flagrou, no início da semana, um funcionário público cedido pela administração municipal cuidando da guarita externa, função atribuída à Polícia Militar (PM).
No 2º DP que, em tese, seria usado apenas como centro de triagem, os presos chegam a permanecer até mais de um mês. Outros detentos, com mandado de prisão expedidos pela Justiça de São Paulo, Rondônia e municípios paranaenses, aguardam na cadeia de Londrina a remoção.
O investigador Josoé Luiz de Almeida admitiu que a segurança é frágil e confessou que teme rebeliões e fugas. Os presos, afirmou, sabem das condições funcionais do distrito e podem tentar se aproveitar disso para escapar antes de serem transferidos para outro presídio. Nesse caso, reclamou Almeida, o plantonista, mesmo fazendo a guarda sozinho, pode ser responsabilizado por negligência.
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Almeida relatou que, além de cuidar dos 97 presos, ainda atende o telefone, entrega a comida e pertences de detentos em dia de visita. ‘Polivalente’, assim Almeida definiu o trabalho de investigador. Se durante o dia a segurança corre risco, à noite o problema se agrava ainda mais pela ausência de guarda externa.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Ademilson Alves Batista, informou que existe em Londrina 15 delegados, 70 investigadores e 28 escrivães. ‘O número é praticamente o mesmo que existia há 30 anos, quando a população e os índices de crimininalidade eram bem menores’.
* Leia mais na edição deste sábado da Folha de Londrina.