Londrina amanheceu sem ônibus na manhã desta terça-feira (11). Motoristas e cobradores das empresas TCGL e Francovig entraram em greve. Os ônibus deixaram de circular às cinco horas da manhã.
A decisão foi aprovada maciçamente em assembléia realizada na noite de segunda-feira (10). O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina (Sintrol) rejeitou a proposta das empresas de reajuste salarial de 4%, Plano de Participação nos Resultados (PPR) variável de 25% a mais na folha de pagamento em cada semestre. As duas empresas que exploram o serviço de transporte coletivo entendem que o anuênio pago mensalmente aos funcionários não existiria mais. A categoria reivindica reajuste de 7%.
Atualmente existem na cidade perto de 800 cobradores e 800 motoristas. O salário base da categoria é de R$ 729 e R$ 1.174.
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Porém, o maior ponto de discordância entre patrões e empregados é a supressão da figura do cobrador a partir das 19 horas de segunda-feira a sábado, e durante todo o domingo, nas linhas consideradas deficitárias (aquelas que circulam com até 18 passageiros pagantes).
As empresas garantem que não haveriam demissões e que os cobradores atingidos teriam estabilidade pelo período de 24 meses. A medida atingiria cerca de 30% dos cerca de 800 cobradores que atuam em Londrina.
O secretário do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Municipal (Metrolon) e gerente geral da TCGL, Gildalmo Mendonça, disse que representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina (Sintrol) ocuparam os portões das empresas e impediram que motoristas trabalhassem para garantir uma quantidade mínima de ônibus em circulação. Mendonça acrescentou que o advogado da empresa irá à Justiça tomar as medidas cabíveis.
A greve afeta cerca de 200 mil usuários do transporte coletivo. Cerca de 300 ônibus estão parados nos pátios.
A última greve nos transporte coletivo de Londrina ocorreu em 1990 e durou 10 dias.
Mototaxistas faturam
Há também informações do aumento do valor da corrida cobrada pelos mototaxistas (de R$4 para R$8 em média) e a circulação de vans de outras cidades para transportar as pessoas que ficaram sem os ônibus. O presidente da CMTU prometeu fiscalizar este transporte alternativo.
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