O curso de tiro dos guardas municipais teve início em Londrina no mês passado, mas, até agora, não foi pago pela prefeitura. O município precisa de R$ 221 mil para custear o treinamento. O projeto de lei que prevê a criação de crédito adicional especial para o pagamento das aulas foi discutido pela Câmara de Vereadores durante a sessão desta terça-feira (7), e criticado por alguns parlamentares. Jamil Janene (PP) lembrou que o Legislativo já havia aprovado projeto que previa o pagamento do curso no ano passado. "A gente aprovou a proposta, o treinamento teve início só agora e a prefeitura vai precisar de ainda mais dinheiro para pagá-lo?", indagou o pepista, que pediu a interrupção imediata das aulas até a resolução do impasse. "Queria saber quem autorizou o início do curso mesmo sem o pagamento. O responsável por fazer isso foi na contramão das leis", destacou Janene, que garantiu ser a favor da guarda armada, mas contra o modo como o treinamento está sendo feito.
As vereadoras Elza Correia (PMDB) e Lenir de Assis (PT) também demonstraram preocupação com o fato de o curso de tiro já ter sido iniciado na cidade. "Pelo que sabemos, a prefeitura não tinha permissão para autorizar o começo do treinamento", argumentou a petista.
Representantes da Prefeitura de Londrina também participaram da discussão na Câmara. O secretário de Defesa Social, coronel Rubens Guimarães, explicou que a verba para o curso de tiro chegou a ser empenhada no ano passado, mas o pagamento foi suspenso após questionamentos do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). "A gente precisou alterar a rubrica orçamentária da despesa e, por isso, enviar novamente o projeto ao Legislativo", disse.
Leia mais:
Grupo Mulheres do Brasil distribui o 'Violentrômetro' neste domingo em Londrina
Lar São Vicente de Paulo precisa de doações de produtos natalinos
Quartos do pós-parto na Maternidade de Londrina recebem aparelhos de frigobar
Mostra de Música de Câmara inicia temporada nas igrejas de Londrina
O controlador da Câmara, Wagner Alves, confirmou que o dinheiro foi empenhado em 2014, mas não utilizado pelo município. "Houve um descumprimento legal, mas evitou-se o dano ao erário público", argumentou. Na avaliação dele, a prefeitura deveria ter iniciado o treinamento só após a aprovação do novo projeto de lei. "Essa proposta é a que tem o código correto definido pelo Tribunal de Contas", explicou.
Alguns parlamentares também questionaram o fato de a prefeitura ter solicitado crédito de R$ 110 mil no projeto do ano passado e R$ 221 mil na matéria em discussão. O líder do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) no Legislativo, vereador Junior Santos Rosa (PSC), pediu pela retirada de pauta do projeto por quatro sessões, para que o Executivo levante as informações e os documentos requeridos pelos vereadores.