O Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal de Londrina condenou a 12 anos de prisão o vigilante Davi Claro dos Reis, de 37 anos, por tentativa de homicídio contra a esposa Kelly Santos Telles, de 34. Em novembro de 2013, ela foi esfaqueada pelo marido a 50 metros da Delegacia da Mulher de Londrina, de onde havia acabado de sair após prestar queixa de agressão contra ele.
No julgamento ocorrido na manhã e início da tarde desta quinta-feira (29), os jurados ouviram a defesa, feita pelo advogado Sebastião Nunes da Rosa, e a acusação, representada pelo promotor Ricardo Domingues. Após quase seis horas de julgamento, o júri condenou Reis por homicídio duplamente qualificado – motivo torpe e meio cruel. A pena soma-se a outros 23 anos e quatro meses de condenações anteriores por ameaças, agressões e cárcere privado. Após o júri, Reis foi reconduzido à Penitenciária Estadual de Londrina (PEL) 2, onde vai cumprir a pena.
De acordo com o promotor, a responsabilização criminal é "essencial para garantir a justiça e coibir crimes contra a vida e, neste caso específico, a violência doméstica". Já o advogado Sebastião Rosa informou que deve entrar com apelação contra a qualificação de motivo torpe. "Esta qualificação apontada pelo Ministério Público contraria as provas, então nos próximos dias a defesa entrará com uma apelação", adiantou.
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O CASO
Em entrevistas anteriores à FOLHA, Kelly Santos Telles contou que manteve um relacionamento de 15 anos com Reis, com quem teve três filhos. Segundo ela, o ex-marido sempre foi violento, mas as agressões se tornaram mais graves quando ela pediu a separação, um mês antes de ser esfaqueada. Kelly contou que sofreu outras três tentativas de homicídio naquele ano. Quando ocorreu o crime em questão, ela estava, na teoria, amparada por medida protetiva que impedia que o vigilante se aproximasse dela.
Por conta dos reiterados desrespeitos à medida protetiva, na manhã do dia 27 de novembro, Kelly procurou a Delegacia da Mulher, no Jardim Petrópolis (zona sul), para comunicar os fatos. Ao sair da unidade, acompanhada do filho, ela foi golpeada com uma faca 17 vezes, nas mãos, costas e braços. A então estudante foi encaminhada em estado grave para a Santa Casa de Londrina, onde ficou internada por seis dias, após passar por cirurgia. Com perda de sensibilidade e movimento das mãos, ela precisou fazer sessões de fisioterapia por dois anos.