Ligações perigosas com o crime organizado, esquemas milionários de corrupção e orientações nada abonadoras aos clientes pipocam na mídia e mancham a reputação dos advogados, um dos profissionais mais nobres do mundo. No Paraná, segundo a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, só neste primeiro semestre de 2006 o número de penalidades aplicadas aos profissionais já superou as aplicadas no ano passado inteiro: 445 contra 425 de 2005.
As suspensões neste primeiro semestre também já superaram todas as registradas no ano passado - 350 contra 325, segundo informações da Assessoria de Imprensa do MP-PR. O Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-PR, espécie de primeira instância, já julgou 978 processos este ano, número equivalente a 75% dos 1.296 avaliados no ano passado. Em 2004 tinham sido de apenas 790 julgamentos.
Um dos motivos da queda de rendimento e reputação da classe está na formação dos jovens advogados, que na grande maioria já não defende na íntegra a séria atuação como operadores do direito.
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Ex-presidente da subseção Curitiba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Michel Saliba, foi um dos três advogados paranaenses presos em 15 de fevereiro de 2005, na operação Big Brother da Polícia Federal, acusado de participação em um golpe milionário. O grupo é suspeito de tentar corromper gerentes do Banco do Brasil para resgatar títulos supostamente prescritos da Eletrobrás e da Petrobrás. Ao todo, a operação prendeu seis pessoas. As fraudes contra as três empresas teriam movimentado cerca de R$ 3 bilhões.