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Argentinos condenam heliporto nas Cataratas

Redação - Folha de Londrina
13 mai 2003 às 19:49

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A construção de um heliporto dentro do Parque Nacional do Iguaçu está gerando um impasse entre Brasil e Argentina. Enquanto autoridades ambientais brasileiras consideram normal a construção da plataforma próximo das Cataratas das Iguaçu, lideranças argentinas armam uma operação para impedir sua abertura.

A lista de reclamações de parlamentares, ambientalistas e empresários portenhos gerada pelo empreendimento é grande. Inclui o risco ambiental, poluição sonora, quebra de protocolo binacional firmado em 1997, quando um heliporto brasileiro foi transferido para fora da reserva. O documento foi assinado pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Carlos Menem.

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Agora, o serviço será explorado pela Helisul Táxi Aéreo, vencedora de licitação feita em outubro. Ela já realiza o passeio, porém com pousos e decolagens fora do perímetro da reserva. Uma placa colocada na futura base anuncia inauguração para julho, além de citar a parceria entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Parque Nacional do Iguaçu.

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O futuro heliporto estará à margem do Rio Iguaçu, perto da mais famosa queda, a Garanta do Diabo, e fica cerca de 100 metros do Porto Canoas, espaço que recebe centenas de pessoas diariamente por abrigar um restaurante, uma lanchonete, loja de souvernirs, ambulatório médico, ponto de ônibus e, esporadicamente, exposições.

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O anúncio da obra feito pelo ambientalista e jornalista Jackon Lima, 48, ganhou as páginas do Clarin, principal diário argentino, e do El Território, jornal mais influente da província de Missiones, estado onde está Puerto Iguazú, município que abriga o lado argentino das Cataratas do Iguaçu.


O senador missioneiro Mario Losada, presidente da Comissão Bilateral do Mercosul, e o deputado Washington Abdala demonstraram ao El Território ''preocupação'' com o impacto ambiental. Os dois prometeram discutir o assunto com o Congresso brasileiro. Extra-oficialmente, a Argentina ameaça denunciar o heliporto como um perigo para o Patrimônio Natural da Humanidade à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura (Unesco).


Para Jackson Lima, lideranças querem transformar Foz ''numa Disneylandia'', deixando em segundo plano a importância ambiental, paisagem, a estética e cultural. ''A imprensa inteira argentina está protestando'', alerta, frisando que o impasse pode ter reflexo na vinda de argentinos (principais turistas estrangeiros).

A Folha de Londrina tentou contato com o diretor do Parque Nacional do Iguaçu, Jorge Pegoraro, duas vezes na terça à tarde, mas ele estava em reunião. Anteriormente, o chefe-substituto da reserva, Apolônio Rodrigues, havia afirmado que o heliporto será usado para emergências ou acidentes. Também havia argumentado que a distância entre a pista e as quedas é grande.


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