Com muito humor, ONGs, ambientalistas, sindicatos e entidades representativas de setores da sociedade civil fizeram a abertura simbólica de um poço de petróleo na Boca Maldita, em Curitiba. A manifestação fazia parte das "comemorações" de um ano do maior vazamento de óleo do País e um dos maiores do mundo, que aconteceu na Refinaria Getúlio Vargas, da Petrobras, em Araucária.
Mesmo com a enormidade dos números do acidente, a maior parte das pessoas que assistiram a sátira musical apresentada por três artistas, já havia se esquecido da tragédia ambiental.
O porteiro Gilmar Conceição e a pedagoga Juliana de Souza eram alguns dos espectadores que se não se lembravam do acidente no qual quatro milhões de litros de óleo vazaram nos rios Iguaçu e Barigui. "Brasileiro tem memória curta. A gente só lembra quando o fato acontece, porque é noticiado nos veículos de comunicação. Quando a mídia pára de divulgar o assunto, cai no esquecimento", disse Juliana.
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Para a estudante Mariana Sanches que também não se lembrava mais do acidente, através da "ironia, os artistas conscientizaram a população sobre o problema, que é grave, e ainda não foi solucionado", afirmou. Segundo o ator Marcos Zanatta, um dos responsáveis pelo evento, a intenção da manifestação foi protestar contra o descaso e lembrar à sociedade sobre a necessidade de se cobrar ações preventivas contra acidentes ambientais.
A sátira tratava da "visão urbana" sobre o meio ambiente, já que por viver na cidade, a população se distancia da realidade, conforme Zanatta. "Pare de pensar em vazamento. Quer água para beber? Vá no supermercado. Pequenos desastres como o derramamento deste precioso líquido preto nas cristalinas águas dos rios pra quê lembrar? Pare de pensar em vazamento. Todas as crianças vão gostar de rolar no óleo. Sim é brincadeira extra curricular" cantavam os artistas Richard Rebelo, Nélio Sprea e Zanatta.