O D.J. Emerson Vieira, o "Pitt", teve prisão temporária decretada para que a polícia investigue suas relações com o segundo tenente Alberto Silva Santos, acusado de participar do atentado contra a Promotoria de Investigações Criminais (PIC). Pitt foi preso na noite de terça-feira depois de prestar depoimento na Divisão de Narcóticos (Dinarc). Ele vai ficar detido por cinco dias.
De acordo com a delegada Leila Bertolini, nova titular da Dinarc, o D.J. não conseguiu explicar porque o tenente Santos fez uma ligação para o seu celular na madrugada do atentado, ocorrido em 29 de dezembro. "Ele (Pitt) disse que não se lembra da ligação e que a relação com o tenente é de cliente para estabelecimento", afirmou Leila, que assumiu as investigações no lugar do marido, o delegado Adauto Abreu de Oliveira, nomeado para dirigir a Corregedoria da Polícia Civil.
Pitt trabalha na boate Sexys, onde o tenente afirma que estava enquanto a PIC era atacada. Na semana passada, três testemunhas chamadas por Santos não confirmaram esta versão. Apesar da prisão temporária, a delegada acredita que o D.J. não teve qualquer envolvimento com o atentado. "Ele está preso para averiguações. Acreditamos que suas ligações com o tenente sejam maiores do que apenas um relacionamento comercial."
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A data para a conclusão do inquérito policial do caso PIC termina na próxima quarta-feira. Em seguida, o processo será analisado pelo Ministério Público, que vai decidir se denuncia ou não os acusados para responder a processo na Justiça. Leila acredita que tem condições de identificar e indiciar nos próximos seis dias o terceiro autor do atentado.
Leila Bertolini descartou que o terceiro autor seja policial militar. A localização e a identidade do suspeito ainda precisam ser confirmadas. Ela não quis fazer comentários sobre o suposto mandante do crime. "Quando conseguirmos reunir os três executores poderemos chegar ao mandante ou os mandantes do atentado. Por enquanto, tudo o que se falar agora, é especulação."
O policial civil Edson Clementino da Silva, o "Lambe-Lambe", é o único que confessou participação no caso. Ele apontou o tenente Santos e um terceiro homem ainda não identificado como os autores do incêndio criminoso. Santos nega a acusação e disse que só vai se manifestar em juízo. O tenente descartou qualquer chance para negociar uma eventual redução de pena para ajudar nas investigações.
Uma equipe de policiais civis do Paraná deve chegar a Curitiba amanhã ou sábado com o Gol pertencente ao tenente Santos. O carro foi localizado em Mato Grosso do Sul. A suspeita é de que o veículo foi usado para transportar os autores e galões de gasolina para serem usados no crime. Em depoimento, Santos disse que usou o carro para passar as férias com a família. Alega que o Gol apresentou problemas e foi deixado numa oficina que ele diz não saber onde fica.
A polícia quer levantar vestígios de combustível que possam ter sido derramados no carpete. Se restos de gasolina forem detectados, Leila disse ser possível comparar os componentes químicos das duas amostras para checar se foi o mesmo produto usado no atentado.