O autor do livro que inspirou o filme "Bicho de Sete Cabeças", Austregésilo Carrano Bueno, enfrenta amanhã, às 14 horas, mais uma audiência na Justiça do Paraná.
Ele responde a processo movido pela Federação Espírita do Paraná, dona do Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro, pelas críticas feitas na obra "Canto dos Malditos" e em entrevistas a imprensa.
A Federação Espírita do Paraná exige que ele seja preso ou pague indenização de R$ 5 mil se mencionar o nome do hospital e dos médicos ligados à instituição.
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A audiência será na 5ª Vara Civil do Fórum de Curitiba (PR). O advogado que representa o hospital, Auracir Azevedo Moura Cordeiro, não quis dar entrevista.
Bueno foi internado pela primeira vez no Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro quando tinha 17 anos, em 1974, depois que seu pai descobriu que ele fumava maconha.
Tratado com o doente mental em várias instituições, até os 21 anos idade, ele passava boa parte do tempo dopado e recebendo eletrochoque. "Fui tratado como cobaia humana", disse.
O escritor disse que está recebendo ameaças por telefone. Seu livro, o "Canto dos Malditos", no qual narra sua história, foi tirado de circulação e teve a venda suspensa desde abril de 2002, sob a acusação de injúria e calúnia ao psiquiatra Alo Ticalaut Guimarães, responsável por seu primeiro tratamento.
"Depois de o filme 'Bicho de Sete Cabeças' ter recebido 43 prêmios nacionais e oito internacionais, psiquiatras entraram com pedido de cassação (do livro)", destacou.
Atualmente Bueno se dedica a combater o uso de métodos agressivos nos tratamentos psiquiátricos, como medicação pesada e cargas de eletrochoque.