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Em Maringá

Bebê de dois meses morre por falta de vaga em UTI

Redação - Folha de Londrina
11 jun 2003 às 19:28

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Uma criança morreu em Maringá sem ter a chance de receber tratamento intensivo por falta de vagas em UTI. Letícia Lucas, de dois meses, morreu na terça-feira à tarde, depois de dar entrada no Hospital Universitário (HU), vítima de meningite bacteriana.

Os pais da criança disseram que procuraram atendimento em dois postos de saúde municipais desde domingo, quando Letícia começou a passar mal, mas a doença não foi diagnosticada. A Secretaria de Saúde investiga o caso.

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A menina foi levada para o HU na segunda-feira à noite. De acordo com o diretor clínico do HU, Luiz Nery, a menina chegou no hospital em estado gravíssimo e nem a UTI poderia salvá-la. Ele disse que todos os cuidados médicos foram tomados.

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''O estado dela era gravíssimo; de meningite bacteriana que rapidamente evoluiu para um quadro de infecção generalizada'', afirmou. Conforme Nery, mesmo não estando em leito de UTI, Letícia recebeu tratamento de médicos especializados que acompanharam o quadro de saúde da criança.

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O HU conta com uma nova ala toda equipada para o funcionamento de seis leitos de UTI pediátrica e quatro leitos de UTI adulto. A nova ala está pronta há mais de um ano, mas não funciona porque não tem a autorização do governo do Estado para contratação de pessoal.


De acordo com o pai de Letícia, o ajudante geral Aparecido Donizete Lucas, no primeiro atendimento prestado no Posto de Saúde Zona Norte, na noite de domingo, o médico de plantão mal teria examinado a criança. Na segunda-feira de manhã, como a filha não tinha parado de chorar, a mãe de Letícia a levou no Posto de Saúde Pinheiros II, onde o médico teria afirmado que a criança estava com dor de ouvido.

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A morte de Letícia, de acordo com o secretário de Saúde de Maringá, Paulo Mathias, vai ser investigada. Apesar dos exames feitos pelo HU, o setor de Vigilância Epidemiológica informou que pretende verificar, através de exames laboratoriais, o motivo do óbito. As informações dos prontuários médicos registrados nos postos de saúde também serão checadas pela secretaria.


Ao dar entrada no HU, na segunda-feira à noite, os seis leitos da UTI Neonatal estavam ocupados, sendo que apenas um paciente era de Maringá. Nos 11 leitos de UTI Infantil da Santa Casa havia cinco pacientes de Maringá e seis que moram nos municípios da região.

De acordo com o vice-prefeito de Maringá, João Ivo Caleffi, o número de leitos de UTI em Maringá é suficiente para atender apenas a demanda local. ''O problema é que atendemos pacientes de vários municípios da região'', justifica.


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