Após negociação intermediada pela PRE (Polícia Rodoviária Estadual), e que depois contou com o reforço da PM (Polícia Militar), caminhoneiros que protestam na PR-445, entre Londrina e Cambé, desobstruíram as pistas de rolamento na manhã desta terça-feira (1º). Todos foram informados sobre a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou o desbloqueio sob risco de multa de R$ 100 mil por hora.
No entanto, os caminhões e as carretas foram para as marginais e os acostamentos da rodovia, nos dois sentidos, onde já havia dezenas de veículos parados desde segunda-feira (31), quando começou o protesto. “Prefiro morrer a sair daqui”, bradou um deles.
Caminhoneiros que tentaram deixar o ato para seguir viagem foram impedidos por um grupo de manifestantes que demonstra estar à frente das ações no local. A FOLHA presenciou um dos momentos de maior tensão, quando um motorista foi ameaçado e intimidado para que não fosse embora. Ele acabou desistindo após a discussão. Os carros de passeio, motos e ônibus conseguem transitar normalmente.
Leia mais:
Do CEEBJA à universidade: idosos de Londrina comemoram vaga no ensino superior
Defesa Civil do Paraná alerta para risco de fortes tempestades de sábado até segunda
Matrículas da rede estadual do Paraná para 2025 encerram nesta sexta-feira
Motorista morre e passageiro se fere em capotamento em Pérola
A reportagem conversou com cinco caminhoneiros, que preferiram não se identificar com receio de retaliações. Relataram que existem ameaças de apedrejar os caminhões ou perseguição caso se neguem a deixar os veículos estacionados. “Até a nota queriam ver para saber que carga estou levando. Por qual motivo? Eles não são fiscais?”, questionou. “Isso daqui não vai dar em nada. Queremos trabalhar, eleição já foi”, reclamou outro entrevistado.
Os atos que ocorrem em todo o País são pela insatisfação de caminhoneiros pela vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra Jair Bolsonaro (PL) para a Presidência da República. Em Londrina, uma faixa com teor golpista foi colocada na passarela em frente a um posto de combustíveis, na região do protesto. Muitas pessoas que participam das atividades não têm qualquer tipo de vinculação com a categoria dos caminhoneiros.
Até as 11h, o Paraná tinha seis pontos de bloqueio em rodovias estaduais que cortam a Região Metropolitana de Londrina e o Norte Pioneiro. O último balanço da PRF (Polícia Rodoviária Federal), das 11h20, indicou que 53 pontos bloqueios em rodovias federais foram liberados, enquanto que em outros 33 existe interdição parcial ou total dos manifestantes.
No período da tarde, um grupo de caminhoneiros conseguiu sair escoltado pela polícia.
Em nota, a Polícia Militar do Paraná disse que desde às 5 horas da manhã de terça está auxiliando a Polícia Rodoviária Federal na desobstrução das rodovias federais, assim como a corporação está atuando nas vias estaduais “Primeiramente, seguindo a técnica policial, as tratativas são para que os manifestantes deixem os bloqueios de forma pacífica”, destacou.
O Núcleo de Comunicação Social da PRF divulgou que “que conta com um plano de ação que está em execução desde o início das manifestações, inclusive, com a convocação de policiais em folga”. A corporação ainda disse que as “férias de servidores também foram suspensas no Estado”.
O governador Ratinho Junior afirmou, por meio de nota, que “o direito de livre circulação no território nacional é uma garantia do povo brasileiro”. Também advertiu que é “momento de pacificar o Brasil”. “As eleições de 2022 ocorreram de maneira democrática e a decisão soberana das urnas precisa ser respeitada”, lembrou o chefe do Executivo paranaense, que apoiou Bolsonaro nas eleições.
(Atualizada às 20h16)