O IAT (Instituto Água e Terra) retirou, com a ajuda de um helicóptero, a planta pinus, uma expécie exótica e invasora, de uma área total de 30 hectares em encostas próximas ao Parque Estadual do Gastelá, em Tibagi, nos Campos Gerais, o local que também coincide com a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) de Itaytyba.
O ação fez parte de uma operação pioneira, que também removeu a planta por terra em uma área de 28 hectares no sul da UC (Unidade de Consevação), no setor conhecido como Coroa.
O helicóptero foi usado para levar a equipe para uma seção de difícil acesso no meio do cânion do Guartelá. A área, chamada de Campo Alto da Itaytyba, é uma formação rodeada por grandes desníveis escarpados de terreno, podendo ser descrita como "ilha" alta de cerca de 150 hectares. Com o auxílio da aeronave, os técnicos puderam descer de rapel de uma seção mais alta do cânion para retirar a espécie da região.
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As ações de remoção do pinus na UC seguem um cronograma específico estabelecido pelo Instituto e contaram com o apoio de um grupo de 17 voluntários, entre técnicos do escritório regional de Ponta Grossa do IAT, integrantes da Iniciativa Campos Gerais e escaladores especializados fornecidos pela empresa Rumo Logística.
“O pinus é uma planta que altera a paisagem e prejudica o desenvolvimento de espécies nativas, algo que vai na contramão do propósito da Unidade de Conservação. Por isso é muito gratificante poder contar com o apoio desse grupo de voluntários para colaborar com a proteção da natureza”, disse o técnico do IAT responsável pelo Parque Estadual do Guartelá, Juarez Baskoski.
Espécies exóticas
Para que uma planta seja considerada exótica e invasora como o pinus, ela precisa se criar e se adaptar fora da sua área de distribuição natural e, sem a intervenção humana, ter a capacidade de sobreviver e proliferar, avançando sobre espécies locais e ameaçando habitats naturais.
De acordo com o Programa do Estado do Paraná para Espécies Exóticas Invasoras, desenvolvido pelo IAT, essa invasão biológica é considerada a segunda maior causa de perda de biodiversidade no mundo – a primeira em ilhas e Unidades de Conservação.
Além do Guartelá, o projeto de controle da proliferação de espécies exóticas acontece também em outras quatro UCs: os parques estaduais do Cerrado (entre Jaguariaíva e Sengés), Vale do Codó (Jaguariaíva), Vila Velha (Ponta Grossa) e na Floresta Estadual Metropolitana, em Piraquara.
Pinus
O pinus é uma espécie de pinheiro da América do Norte, inserido no Brasil há mais de um século para fins ornamentais. Porém, desde 1960, é cultivado em larga escala comercial como matéria-prima em indústrias de madeira, laminados, resina, celulose e papel, especialmente nas regiões Sul e Sudeste do País.
A dificuldade do controle do pinus se dá pela anatomia das sementes. Elas são leves e possuem um formato que favorece a aerodinâmica para voarem até oito quilômetros de distância da chamada árvore-mãe. Essa dispersão, quando descontrolada, é prejudicial, pois os galhos que caem da árvore, parecidos com um capim, sufocam e impedem a proliferação da vegetação nativa