Desde pequeninas, as meninas aprendem a admirar as mães, tias e outras figuras femininas de seu universo. Querem imitar os gestos, sonham em se vestir como elas. Sempre foi assim, desde tempos remotos, mas agora a diferença é que elas não esperam a adolescência chegar para usar saltinho, roupa da moda e maquiagem.
A Miss Londrina Infantil, Natália Rayssa Teixeira, 8 anos, é uma das representantes dessa geração de meninas precoces. Além de preferir roupas justas e curtas e carregar batom na bolsinha, ela não descuida das formas. Faz ginástica, natação e deixou de tomar refrigerante. ''Ela aperta a perninha para ver como está a celulite. Se aumentou, começa a fazer regime'', conta a mãe, Maria das Dores Ferreira.
''Se dependesse da vontade de Natália, ela não usaria acessórios delicados, porque gosta de coisa grande, que chame a atenção'', afirma Maria, que às vezes se assusta com o comportamento da filha. ''Ela reclama ao vestir calça de moletom porque diz que vai ficar parecendo um homem. Quando veste camiseta, amarra na frente para aparecer a barriga. E se eu deixar, sai na rua com um shorts curtíssimo e ainda se olha no espelho para ver como está o popozinho'', relata Maria, revelando a sua preocupação. ''Tenho medo que ela amadureça muito rápido'', diz.
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Esse comportamento encontra respaldo no mercado, que coloca à disposição das garotinhas versões em miniatura das tendências de moda consumidas pelas mães. Basta uma olhada nas vitrines das lojas de roupa infantil. Os babadinhos, bordados e estampas divertidas deram lugar ao jeans decorado, às peças com brilho, transparências e até decotes. Meninas de 8, 9 anos, estão se transformando em pequenas cópias de mulheres adultas. Para alguns especialistas, a explicação está na maior permissividade da sociedade brasileira. Por aqui, os ídolos da meninada assumem uma postura explicitamente sensual nos programas de TV, o que é rapidamente incorporado ao repertório infantil.
Leia mais na reportagem de Rosângela Vale na Folha de Londrina/Folha do Paraná desta sexta-feira