A Federação de Hospitais do Paraná (Fehospar) está preocupada com a capacidade financeira das operadoras de saúde (planos, convênios ou seguros). O presidente da instituição, José Francisco Schiavon, estima que, das 300 operadoras que atuam no estado, um terço - cerca de 100 - deve fechar, passar por fusões ou mesmo sofrer liquidação extrajudicial. Atualmente, existem 1,8 milhão de beneficiários no Paraná atendidos pelo sistema particular, sendo que, deste total, 750 mil são de Curitiba.
A Folha procurou a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) para que se pronunciasse sobre o assunto. A ligação foi feita no fim da tarde, mas a reportagem não conseguiu localizar algum responsável pela associação.
A preocupação da Fehospar se deu em função dos incidentes em São Paulo, onde a Unimed da cidade, que não tem vínculo com a similar no Paraná, apresentou problemas financeiros e de liquidez. O presidente da federação, que também é representante do Estado na Associação Nacional de Saúde, disse que o caso de São Paulo não é isolado e está acontecendo em outras cidades do País.
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Quanto ao Paraná, Schiavon disse que o problema talvez não seja de liquidez das operadoras de saúde, mas de fusão e incorporação. De acordo com ele, por enquanto, apenas uma das 300 entidades instaladas no Estado (cujo nome ele prefere não divulgar) está com dificuldade de cumprir os prazos de pagamento com laboratórios, hospitais e clínicas. Porém, ele ressaltou que essa empresa deve se equilibrar em breve.
Para evitar problemas, o presidente da Fehospar sugeriu que os usuários verifiquem junto à federação (telefone: 41 254-1772), Associação Médica e Conselho Regional de Medicina se a operadora escolhida tem condições de atuar no mercado. Sugeriu também a Agência Nacional de Saúde Suplementar (0800 61197).
O coordenador do Procon-Paraná, Naim Akel Filho, acrescentou que, além de verificar com essas entidades, o usuário também deve buscar informações junto ao Procon. O órgão tem uma lista com os nomes dos convênios e planos de seguro-saúde que vêm apresentando problemas com o consumidor. No ano passado, foram registrados 2.365 queixas em Curitiba contra os convênio de assistência médica, odontológica e planos de saúde. A maioria das reclamações era quanto ao cumprimento dos contratos, seguido pelas queixas contra reajustes irregulares.