O arcebispo cardeal emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, reviveu seus dias de seminarista ao realizar a primeira missa que marcou a reinauguração da pequena capela do antigo Seminário Seráfico São Luis de Tolosa, em Rio Negro, no Sul do Estado. Com a entrega da capela, a prefeitura do município, em parceria com a iniciativa privada e a comunidade completaram o trabalho de renovação de um dos mais importantes seminários de todo o País. Além de Dom Evaristo, em Rio Negro formaram-se grandes nomes da vida pública brasileira como o teólogo e escritor Leonardo Boff.
Segundo o prefeito Ari Siqueira, a restauração só foi possível graças a uma parceria feita entre a prefeitura, Câmara dos Vereadores, Secretaria de Estado da Cultura, Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a unidade de Rio Negro da Souza Cruz.
""Com essa estrutura foi posível preservar um bem cultural de valor inigualável para a comunidade"", disse Siqueira, lembrando que o Seminário foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural do município. O complexo arquitetônico da estrutura recuperado inclui o prédio central, com 8,5 mil metros quadrados - que desde julho do ano passado abriga a prefeitura -, a capela e outras duas edificações.
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Assim como Dom Evaristo, que estudou seis anos e foi professor por um ano em Rio Negro, outros ex-seminaristas participaram da reinauguração. ""Faz 48 anos que estudei aqui e nunca tinha voltado"", contou Nereu Milaneze, 64 anos, que como a maioria de seus ex-colegas de Seminário, seguiu a carreira de professor.
A reinauguração da capela também foi comemorada por 17 alunos da primeira turma do curso de Técnica em Conservação e Restauração de Pintura Mural da Escola Técnica da UFPR, responsáveis pela restauração dos afrescos da capela. Embora o curso só termine em março de 2001, ontem a turma fez sua formatura na parte prática, dentro da capela.
""Foram quase nove meses de trabalho a partir de março até hoje"", disse a professora Suely Descher Mayer, coordenadora do curso. Embora o seminário tenha sido construído em 1923, acredita-se que a capela seja datada de 1935, como consta na assinatura encontrada em uma das pinturas com o nome de P. Cechet. Basicamente foram usadas as técnicas de pintura a óleo em telas, coladas em todo o teto, e têmpera de cal com resina animal nas paredes.