O Ministério Público do Paraná (MPPR) encaminhou à Justiça, nesta quinta-feira (15), denúncia contra 23 pessoas decorrente da Operação Vortex, deflagrada em abril deste ano pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Entre os acusados estão quatro delegados, 15 investigadores, um agente de apoio e três comerciantes.
Na denúncia, são relatados 24 fatos criminosos: 3 concussões (exigência financeira mediante ameaças), um abuso de direito, uma denunciação caluniosa, uma lavagem de dinheiro, 3 corrupções ativas e 15 corrupções passivas. Os policiais também foram denunciados pelo crime de quadrilha.
As investigações apontam que na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, vinculada à Divisão de Crimes contra o Patrimônio, atuava uma quadrilha que visava angariar dinheiro de comerciantes do setor de ferro-velho mediante corrupção. O GAECO sustenta que "policiais da área atuavam endurecendo a fiscalização para criar condições de exigir dinheiro, ou mesmo para que comerciantes tomassem a iniciativa de oferecer dinheiro".
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Operação Vortex – Em abril, o GAECO e a Corregedoria da Polícia Civil cumpriram 18 mandados judiciais de busca e apreensão, em Curitiba e na Região Metropolitana. Três membros da Polícia Civil foram presos em flagrante, por porte de armas sem registro. Com um dos detidos foram apreendidos US$ 98 mil, além de munição de uso restrito.
As investigações do GAECO duraram cerca de oito meses, com o objetivo de apurar suposta corrupção na Polícia e, ainda, ilegalidades relacionadas a desmanche de veículos. A operação teve como foco a Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos e o 6º Distrito Policial. Os mandados foram cumpridos nessas unidades, casas de policiais e de comerciantes de ferro-velho, e também abrangeram estabelecimentos de revenda de peças de veículos usadas.
Resposta:
Em nota, o Departamento da Polícia Civil informou que está analisando as providências a serem tomadas em relação aos envolvidos na Operação Vortex, não descartando a possibilidade de afastamento dos policiais civis de suas funções.
"A Corregedoria Geral da Polícia Civil vem acompanhando o caso desde o início, inclusive participando de algumas diligências. Com a entrega das denúncias à Justiça, nesta quinta-feira (15), a Corregedoria analisa providências administrativas e disciplinares a serem tomadas", diz a nota.