Na região do município de Pinhão, a cerca de 50 quilômetros ao sul de Guarapuava, uma disputa por um bom pedaço de terra já dura 142 anos e envolve duas etnias: os negros descendentes de escravos e os suábios, alemães que imigraram para o Estado nos anos 50 e fundaram a próspera Cooperativa Agrária Mista Entre Rios Ltda. A terra em questão, chamada de Invernada Paiol de Telha, é reivindicada pela comunidade negra e, no momento, está de posse de agricultores da comunidade alemã, coberta por soja e com uma das melhores produtividades do País.
Até o tamanho da propriedade é questionado nas ações judiciais que a envolvem. Para os negros, são mais de 3 mil alqueires, enquanto a medição feita pela Cooperativa Agrária aponta para 1,2 mil alqueires. Uma diferença considerável de mais de 38 milhões de metros quadrados, o equivalente a quase 5 mil campos de futebol.
A história remonta a 1860, ou seja, 28 anos antes de ser assinada a Lei Áurea. A proprietária Balbina Francisca de Siqueira, viúva e sem filhos, passou a posse das terras a um grupo fiel de escravos. ''Heleodoro e sua mulher Feliciana, Manoel, José Velho, José dos Santos, Izidoro, Eduardo, Dinha, Joaquim, Libânia e Rita'', segundo o testamento. Além das terras, ela deixava os escravos libertos depois que morresse e a única exigência era que eles a servissem em vida.
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