Começou neste sábado o 1º Encontro de Carrinheiros e Carrinheiras de Curitiba, promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). Serão discutidas as experiências de organização de outras cidades brasileiras.
De acordo com dados oficiais, Curitiba tem 2 mil catadores de papel circulando pelas ruas. Mas a CUT estima que o número seja maior, entre 3 e 5 mil pessoas. Todos os dias, eles recolhem aproximadamente 375 toneladas de material reciclável na cidade. A maioria deles não chega a ganhar um salário mínimo por mês.
Aproximadamente 100 catadores de papel de Curitiba estão discutindo formas de organização para a categoria, no encontro que termina hoje. Os carrinheiros denunciam exploração de mão-de-obra e reclamam da falta de regularização da atividade. De acordo com o presidente da CUT, Roberto von der Osten, há algumas associações de catadores em Curitiba. "Mas elas são pequenas e não têm força suficiente para representá-los."
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Para Osten, uma organização mais representativa poderia ajudar em vários problemas da categoria. Como a atividade não é regulamentada, os catadores não têm direitos trabalhistas e nem previdenciários. "Eles têm um trabalho valioso de retirar das ruas todo esse material e vivem nas piores condições." Os carrinheiros, que em sua maioria vêm do Interior do Paraná, moram em favelas e ocupações em Curitiba e região metropolitana. "Alguns até dormem dentro de seus próprios carrinhos." Eles ainda estão expostos a riscos de saúde, coletando material sem luvas ou qualquer proteção, e aos perigos do trânsito. Cada carrinho leva de 100 a 200 quilos de recicláveis.
Os catadores também denunciam exploração. De acordo com Osten, muitos alugam o carrinho de um agenciador que cede moradia, em uma espécie de cortiço, e alimentação. Quase tudo o que eles recolhem é repassado a esse agenciador, que desconta o aluguel e as refeições. "Quem ganha dinheiro com isso é o agenciador, que explora os carrinheiros. Isso tem que mudar", afirmou Osten.