Apesar da estiagem que reduziu drasticamente a vazão dos principais rios do Sul do país, os responsáveis pela operação do sistema elétrico nacional garantem que o atendimento ao mercado consumidor continuará sendo feito normalmente e descartam a necessidade de adotar qualquer medida restritiva.
Em razão da falta de chuvas regulares, a geração de energia elétrica nas usinas situadas nos três estados do Sul foi reduzida por ordem do ONS (Operador Nacional do Sistema) como forma de evitar o rebaixamento excessivo do nível de seus reservatórios e foi intensificada a transferência de energia das regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde a situação dos rios é bem melhor. Com esse mecanismo e mais o aumento de geração em usinas térmicas, há mais de um mês os reservatórios das hidrelétricas do Sul mantêm nível médio de preenchimento próximo dos 30%.
Interligação – Esta foi, aliás, a razão que levou o Brasil a interligar a partir da década de 70 todo o seu sistema elétrico, cujo parque gerador é predominantemente hidrelétrico (cerca de 90%) e dependente de chuva, que é fator aleatório.
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Somados, os três estados da região Sul têm uma demanda de energia elétrica de 8 mil megawatts médios. Em razão do quadro hidrológico desfavorável, aproximadamente 60% da necessidade de energia elétrica está sendo suprida mediante recebimentos do Sudeste e Centro-Oeste, e cerca de 15% provém de usinas térmicas a carvão. Apenas a complementação da carga requerida tem sido feita pelas hidrelétricas do Sul.
Estiagem – Segundo os registros da Copel, que opera um parque gerador próprio formado por 18 usinas e potência instalada total de 4.550 megawatts, desde dezembro as vazões médias do Rio Iguaçu no trecho onde está o reservatório da maior das suas hidrelétricas (Foz do Areia, com 1.676 megawatts) estão abaixo das médias estatísticas históricas coletadas em 70 anos de observação. Ainda assim, há mais de um mês o volume de preenchimento do lago da usina tem se mantido em torno dos 30%.