Estudantes universitários e secundaristas querem colocar o dia 15 de agosto no calendário da história do Paraná, como uma data a ser lembrada pela ocupação da Assembléia Legislativa por estudantes contrários à privatização da Copel. Para comemorar um ano da ocupação, nesta quinta-feira de manhã, colegiais e representantes do Fórum Contra a Venda da Copel fizeram uma manifestação, na Boca Maldita, no Centro de Curitiba.
Os participantes também aproveitaram para relembrar a população o nome dos 27 deputados estaduais, além do presidente da Assembléia, Hermas Brandão (PSDB) -que não precisou votar- que empenharam apoio em favor da venda da estatal. Com painéis com o nome dos deputados e recortes de jornais com notícias sobre a ocupação, a cada nome de deputado citado no microfone, os participantes engrossavam uma vaia. Antes de iniciar a manifestação, uma briga entre estudantes quase pôs fim ao ato. A polícia acabou intervindo, revistou os rapazes e todos foram liberados.
"Todos os 28 deputados que votaram a favor da venda da Copel são candidatos nesta eleição, e a população tem que guardar o nome deles para nunca mais elegê-los", disse o estudante Edemir Maciel, presidente da União da Juventude Socialista (UJS) que à época era presidente da União Paranaense dos Estudantes de 1º e 2º graus (Upes).
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Para o presidente da União Paranaense dos Estudantes Universitários (Upe), Madson de Oliveira, "a ocupação da Assembléia pelos estudantes foi decisiva para impedir a privatização da Copel". "Foi uma ocupação legítima, que representava a expressão da vontade da população paranaense", afirmou, ressaltando que pesquisas mostravam que mais de 90% da população eram contra a privatização da Copel.
No dia 15 de agosto de 2001, os deputados iriam colocar em votação um projeto de iniciativa popular, que revogava a autorização aprovada pela Assembléia em 1998 para a venda da Copel. Diante da grande possibilidade de que o projeto não seria aprovado, estudantes, integrantes do Fórum e de entidades representativas da sociedade civil tentaram entrar na Assembléia para assistir a sessão.
Impedidos de entrar, os estudantes derrubaram parte das grades que cerca o prédio e ocuparam o plenário da Assembléia. Com isso, a votação foi cancelada. No dia 20 de agosto, no entanto, depois da sessão mais comprida da Assembléia, o Palácio Iguaçu conseguiu derrubar o projeto e manter o processo de privatização, revisto apenas algumas semanas depois.