A oferta do ensino de línguas estrangeiras no Paraná, à exceção do inglês, vem sofrendo uma redução cada vez maior. Há três anos, 23 mil alunos eram atendidos pela Coordenação de Línguas Estangeiras Modernas (Celem) da Secretaria de Educação do Estado. Atualmente, são 15 mil.
Uma das coordenadoras do Celem, Inês Carnieletto, diz que são dois os motivos para a diminuição: em alguns casos não há procura por parte das escolas e em outros não há professores habilitados para o ensino de línguas.
A ex-coordenadora do Celem, Sandra Poli, conta que pediu demissão do cargo há cerca de dois anos porque não concordava com a política de priorizar o ensino da língua inglesa em detrimento de outras, como o espanhol, que poderia ser muito mais importante para os paranaenses por causa do Mercosul.
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Segundo ela, não foram abertas vagas para professores de espanhol no concurso previsto para o ano que vem. ''A então secretária Alcyone Saliba firmou um convênio no valor de 240 mil dólares com o Conselho Britânico, para cuidar das línguas estrangeiras por dois anos. Isso é política do Banco Mundial. Nosso projeto, que tem o apoio gratuito de embaixadas e instituições culturais da Espanha, Japão, Alemanha e França, foi deixado de lado'', critica.
Segundo Sandra Poli, muitas escolas estão tirando o espanhol da grade curricular por falta de professores. ''A exclusão de vagas para professores de espanhol no concurso é uma forma sutil de não incentivar o ensino do espanhol.''
Ruiz Elizalde, que coordena a capacitação de professores de espanhol na Secretaria de Educação, informa que os cursos de aprimoramento para professores de espanhol continuam sendo promovidos. No entanto, ela considera um retrocesso o fato de o Estado não estar prevendo a contratação de professores para ensinar a língua. ''Espero que ainda haja tempo de arrumar e abram vagas para outras línguas'', diz.
O superintendente de Recursos Humanos da Secretaria, Eduardo Amorim, argumenta que não foram ofertadas vagas para professores de espanhol porque não havia número mínimo de aulas para oferecer.
Leia a reportagem completa na Folha de Londrina desta quinta-feira.