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Paraná

Governo projeta agrovilas para sem-terra

Redação - Folha de Londrina
23 jun 2003 às 19:20

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Assentamentos provisórios de grandes grupos de sem-terra em áreas reduzidas - esse é o projeto do presidente da Comissão Especial de Mediação de Questões Agrárias e secretário do Emprego, Trabalho e Promoção Social, Padre Roque Zimmermann, para o início de uma solução para a questão agrária no Estado.

De acordo com o projeto, os assentamentos funcionariam como ''agrovilas'' com a produção de agricultura de subsistência e apoio de órgãos como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). ''A reforma agrária (no Paraná) vai acontecer de forma criativa e nova'', afirmou.

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Os primeiros beneficiados pelo programa deverão ser as 160 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que no final do mês de maio ocuparam por 24 horas a Fazenda Modelo da Embrapa, em Ponta Grossa. A desocupação aconteceu depois de uma negociação com um representante da Embrapa que veio de Brasília especialmente para isso.

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Na época da desocupação Padre Roque informou que estava em negociação com a Embrapa a compra de 100 hectares da área ocupada, que seriam destinados a assentar as famílias. A área foi escolhida, segundo ele, porque não depende de desapropriação por parte do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). ''Lá é mais fácil, o Estado determina'', disse.

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No último final de semana, Padre Roque esteve na Fazenda Laranjeiras, em Rio Bonito do Iguaçu (125 km a oeste de Guarapuava), que foi ocupada por cerca de mil agricultores do MST, e disse que a situação é tensa e preocupante.


A invasão aconteceu na última quarta-feira e no mesmo dia a Justiça concedeu um mandado de reintegração de posse. ''Eles estão extremamente determinados a ficar no lugar e, ao mesmo tempo, é comovente ver um grupo consciente, que fala com propriedade do direito a terra'', afirmou.


A tensão a que Padre Roque se refere são as ameaças de morte que estão sendo feitas aos agricultores do MST. Na noite de domingo, segundo o secretário regional do MST, Adelson Schwalemberg, um ônibus do movimento que transportava cerca de 70 pessoas foi baleado. ''Fizemos queixa na polícia e amanhã vamos fazer uma denúncia coletiva de ameaça de morte'', disse. A Polícia Civil confirmou, nesta segunda, o registro de um boletim de ocorrência sobre os tiros.

Nesta segunda-feira, segundo informações da polícia militar, o clima era de tranquilidade na região. O proprietário da fazenda e também prefeito do município, Cezar Augusto Bovino (PMDB), foi procurado mas não foi localizado.


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