Um grupo de aproximadamente cem pessoas sem-teto montou acampamento em frente ao Palácio Iguaçu e à Prefeitura de Curitiba, no Centro Cívico, para cobrar do Executivo uma solução para as famílias que foram retiradas no dia 12 de março de uma área ocupada na Vila Sabará, na Cidade Industrial de Curitiba. A desocupação foi feita pela Polícia Militar e Guarda Municipal, em cumprimento de reintegração de posse.
Cerca de 20 barracas foram montadas pelos manifestantes na madrugada de quarta-feira (21). Eles protestam contra a demora da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) na contemplação de inscrições feitas há seis anos, e propõem duas alternativas ao município: atendimento das famílias com as casas da Cohab ou a liberação do terreno da CIC para que as famílias retornem ao local.
Lideranças das famílias reuniram-se, na manhã de quarta-feira, com representantes da Cohab e da Companhia de Habitação Popular do Paraná (Cohapar), mas não houve acordo. Na ocasião, a Cohab disse às famílias que não há como contemplá-las com uma casa, colocando-as na frente de outras, que também aguardam na fila. A Cohab e Cohapar pediram aos manifestantes, ainda, "a desmobilização do protesto na praça Nossa Senhora de Salete".
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Os manifestantes, no entanto, cogitam retornar ao terreno. Há, ainda, a possibilidade de pessoas de outras vilas da Cidade Industrial se juntarem ao protesto na praça ainda nesta quinta-feira.
Nota da Cohab
Em nota oficial, a Cohab diz que "a ocupação de áreas urbanas não pode ser um instrumento de acesso ao programa habitacional, porque isso significaria uma afronta às famílias que estão inscritas no cadastro da Companhia e aguardam, de forma pacífica e ordeira, a oportunidade de aquisição de um imóvel".
A nota afirma, ainda, que as normas para acesso ao financiamento habitacional para as famílias com renda de até R$ 1,6 mil, por meio de sorteio, foram estabelecidas pelo governo federal na regulamentação do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e não podem ser modificadas pelo município.
Segundo a nota, a Cohab entregou, nos últimos três anos, 7 mil unidades (casas e apartamentos e sobrados) e tem hoje em construção mais 7 mil unidades. "O programa municipal de habitação em andamento é o maior em toda a história da cidade e contempla, além de famílias inscritas no cadastro da Cohab, moradores de áreas irregulares e em situação de risco, como beira de rios e locais insalubres, beneficiando cerca de 13 mil famílias com reassentamento e obras de urbanização, além de titulação para mais 11 mil famílias", diz.
A reportagem procurou a Prefeitura para saber sua posição sobre o assunto, mas foi informada que a única resposta do Executivo será a nota da Cohab.