A Região Central do Estado registrou o primeiro caso de hantavirose. Um tralhador da área de extração de pinus do município de Ipiranga, a 50 km de Ponta Grossa, foi infectado. O que demonstra que casos suspeitos da doença não estão mais se restringindo à região Sul.
O trabalhador bebeu água contaminada de um poço, onde havia um rato silvestre morto. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança, o paciente já está curado e recebeu alta do hospital. Desde agosto do ano passado, o Paraná registrou 25 casos da doença. Cinco pessoas morreram. Antes do registro de Ipiranga, a hantavirose tinha casos confirmados nas regiões de Guarapuava e União da Vitória, no Sul do Estado, e em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba.
Só depois da confirmação do primeiro caso em Ipiranga, a Secretaria Estadual da Saúde enviou técnicos para fazer trabalho preventivo com os trabalhadores da extração de pinus da região. Segundo a chefe da Divisão de Zoonoses e Animais Peçonhentos da secretaria, Gisélia Rúbio, as equipes saíram ontem de Curitiba para investigar as condições de higiene dos acampamentos e para o treinamento dos profissionais de saúde da região.
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O rato que transmite o hantavírus no Paraná foi identificado pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo. A reportagem da Folha tentou obter o relatório integral com a análise dos roedores, mas o Instituto Adolfo Lutz informou que só repassa os detalhes ao solicitante, no caso a Secretaria de Saúde do Paraná.
O roedor da espécie Olygoryzomys nigrips foi identificado como o principal transmissor do hantavírus, segundo informações da Secretaria de Saúde. Dos 24 ratos portadores do vírus, 19 eram dessa espécie. "Esse roedor é o que entra mais em contato com o homem. Ele consegue subir pelas paredes e chegar até as construções", afirmou Gisélia Rúbio. A confirmação do rato transmissor da doença não vai mudar a estratégia de combate adotada pela secretaria. "Nós já estávamos no caminho certo, orientando as madeireiras a contruir casas acima com pilastras para evitar o acesso do rato", analisou.
No início de dezembro, pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz e do Ministério da Saúde coletaram, nos municípios de General Carneiro e Bituruna, 181 roedores de sete espécies diferentes. Em 24 deles, o vírus foi encontrado. O Olygoryzomys nigrips também foi identificado no município de Juquitiba, no interior de São Paulo.