O protesto das mulheres de policiais militares promete um dia tenso em Curitiba. Enquanto de um lado o governo do Estado ameaça reprimir o movimento e liberar a entrada dos quartéis, de outro os policiais começam a participar de forma mais efetiva das manifestações. Em nota divulgada ontem, assinada por um grupo intitulado "Abandonados pelo governo", os policiais garantem que vão recolher as viaturas aos pátios dos quartéis durante 24 horas.
Conforme a programação, as viaturas seriam entregues às 10 horas. Em seguida, os policiais que estiverem de folga formariam uma espécie de corrente humana em volta do Quartel Geral, área central de Curitiba. Às 14 horas, policiais e mulheres devem partir em passeata até o Palácio Iguaçu.
Ontem, no entanto, o governador Jaime Lerner disse que não vai tolerar a continuidade de manifestações nas portas de quartéis e pediu aos comandos de unidades militares a retomada imediata das atividades normais, com a desobstrução de portões nos locais onde a rotina foi alterada.
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As declarações de Lerner foram motivadas pelo comportamento das mulheres ontem pela manhã, quando elas murcharam os pneus de uma viatura da PM e bloquearam o trânsito nos dois sentidos da Avenida Getúlio Vargas, em frente ao Quartel Geral. O clima ficou tenso quando agentes do Batalhão de Polícia de Trânsito e da Diretoria de Trânsito tentaram orientar o trânsito, que ficou caótico na região. As mulheres empurraram os agentes obrigando-os a saírem do local. Ontem à noite a avenida continuava bloqueada.
"O governo não pode se comprometer a dar aumento, se não tem condições. Assim que o Estado tiver recursos reajustará o salário de todos os funcionários públicos", disse o comandante da PM, coronel Gilberto Foltran. Quanto às punições aos PMs que participaram de manifestações, informou que se forem injustas serão retiradas. "Isso é mentira. Um PM que levou a marmita para a mãe que participava do movimento ficou detido por quatro dias em um quarto isolado", rebateu Vania Zanella.