O pedreiro Alcides Candido de Oliveira, 47 anos, foi morto a pedradas e pauladas na madrugada de ontem, em frente a casa onde morava, no bairro Fazendinha, periferia de Curitiba. De acordo com o relato das testemunhas, um grupo de 10 a 15 menores estavam na rua cozinhando pinhão numa grelha, tomando cachaça e fazendo baderna. "Tinha muita bagunça e ele disse que iria lá fora para pedir para diminuirem o barulho. Tinha criança em casa dormindo e já passava das onze horas da noite", relatou a dona de casa Merari Moreira Pedroso, mulher da vítima.
Os adolescentes não gostaram da atitude de Oliveira. Liderados por dois menores - já identificados e cujos nomes estão sendo mantidos em sigilo pela Polícia Civil para não atrapalhar nas investigações -, o grupo teria reagido na hora. "Eles pegaram diversos objetos na rua e começaram a espancá-lo. O coitado não teve tempo para reagir. Foi muito rápido", contou o vizinho Joaquim Francisco da Silva, amigo da família e que somente viu o que estava acontecendo quando o pedreiro já estava morto. Ele contou que também estava incomodado com o barulho que os adolescentes estavam fazendo na rua. Entre os objetos usados pelos adolescentes, estavam pedras e paus.
A Polícia Militar foi acionada para socorrer a vítima. Quando as viaturas chegaram até o local, ele já estava morto. Os adolescentes fugiram, mas as testemunhas relataram que eram todos moradores da região. "É uma selvageria. Como alguém pode matar outro ser humano a pauladas. Não imaginamos que os garotos teriam uma reação como esta. Se tívessemos idéia, não deixaríamos que ele fosse lá fora", salientou Sarai Moreira Pedroso Coutinho, cunhada da vítima.
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De acordo com os investigadores que estavam de plantão ontem, os familiares estão revoltados e pedem justiça. Eles registraram queixa na Delegacia de Homicídios, que deverá abrir um inquérito criminal para apurar o caso. Se todos os envolvidos forem menores, eles serão ouvidos e encaminhados para a Delegacia do Adolescente.
Os policiais que estavam de plantão tomaram ontem os primeiros depoimentos de familiares e testemunhas. Hoje, eles deverão fazer uma busca para tentar localizar os autores do espancamento com morte.
O corpo de Oliveira foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba. Na tarde de ontem, ele estava sendo velado na casa onde morava, no Fazendinha. O enterro está previsto para hoje, às 9 horas.