O secretário-executivo da Convenção sobre Biodiversidade, Ahmed Djoghlaf, ressaltou nesta sexta-feira a contribuição do Brasil para que um consenso seja alcançado na 3ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (MOP3).
"É a primeira vez que um presidente da República se envolve diretamente numa questão específica da MOP. O texto apresentado pela ministra (do Meio Ambiente), Marina da Silva, representou grande contribuição para os debates", salientou Ahmed traduzindo o texto como "flexível".
O secretário ressaltou o número recorde de participantes em Curitiba – cerca de mil participantes, mais do que o dobro da última edição no Canadá, em 2005 – e de decisões, que ao final dos trabalhos devem chegar a 22 definições sobre temas do protocolo.
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Ahmed também adiantou que a 8ª Reunião dos Países membros da Convenção sobre Biodiversidade (COP8) deve ser a maior desde o início da Convenção, com mais de três mil participantes. "A COP6 teve mais de 2100 participantes e a COP7, cerca de 2300. Além deste número recorde – assegurado até o momento com 2669 inscrições – Curitiba terá o encontro de 96 ministros" afirmou, ao comparar números com os das duas últimas edições, que tiveram menos de 20 ministros.
O secretário reforçou seus elogios ao governo brasileiro e, citando a ministra Marina Silva, traçou uma perspectiva do que deve ocorrer após os dois encontros. "Em Joanesburgo, mais de 110 chefes de Estado se comprometeram a interromper a taxa de perda da biodiversidade. Como disse a ministra Marina ‘chegou a hora da decisão’, ou seja, o momento de seguir pelo mapa que estamos desenhando", sublinhou.
A atenção aos países mais pobres e que não têm condições de implementar o Protocolo também foi tema do discurso de Djoghlaf, que relacionou os investimentos do Fundo Global para o Meio Ambiente (ou GEF, da sigla em inglês) para estas nações. "O Gef direcionou US$ 60 milhões para ajudar 120 países mais pobres e US$ 8 milhões para viabilizar o acesso destes países ao Centro de Informações, imprescindível para aplicação do protocolo", informou.
Segundo Ahmed, a reunião também será oportunidade para se discutir a gripe aviária. "É um tema importante, uma pandemia que já atingiu 196 pessoas em 27 países e que merece nossa atenção porque na mudança de estação cerca de 2,3 milhões de aves retornam dos continentes vizinhos da Europa para os seus países", explicou. A renião sobre a pandemia deve ocorrer no domingo, após o fim das negociações da Mop3.