O Ministério Público deverá se pronunciar nos próximos dias a respeito da responsabilidade pelo acidente de trânsito que matou quatro jovens em Curitiba. O carro estava sendo conduzido pelo menor G.R.M.C., 16 anos, único sobrevivente da tragédia. As investigações iniciais sobre a responsabilidade pelo incidente foram conduzidas pelas delegacias do Trânsito e do Adolescente.
O delegado Valter Alves de Toledo, da Delegacia de Proteção ao Menor e ao Adolescente, elaborou o procedimento especial de menor que foi novamente remetido nesta segunda-feira à Justiça. O procedimento, com quase 200 páginas, traz detalhadamente tudo o que teria ocorrido no dia 22 de setembro, desde o momento em que eles se reuniram para uma festa na casa de um dos sobreviventes até o acidente.
De acordo com os depoimentos prestados, oito jovens que eram muito amigos se reuniram na casa de um deles -como faziam costumeiramente- para se confraternizar. Como os proprietários da casa estavam em viagem, os adolescentes resolveram tomar cerveja e meia garrafa de vodca. Três deles saíram num dos carros da casa e os outros cinco no veículo que acabou batendo no poste nas proximidades do Centro Cívico. ``Além de ouvirmos os sobreviventes e os pais deles, ouvimos testemunhas oculares do fato e anexados laudos do veículo e de resistência do poste``, contou Toledo.
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O adolescente que causou o acidente foi atendido no hospital, onde ficou internado. Depois, ele foi conduzido para a Justiça. Ele foi liberado em seguida por ter residência fixa e necessitar de cuidados médicos e psicológicos. ``Ele está ainda em estado de choque. Eram todos muito amigos e não esperavam uma tragédia como a que ocorreu``, declarou o delegado. O adolescente está sendo indiciado por quatro homicídios culposos (quando o homicídio ocorre sem a vontade do autor).
Não foi feito exame de dosagem alcóolica, mas os adolescentes confessaram o uso de bebida alcóolica. As perícias demonstraram que o impacto do carro no poste foi grande. O marcador de velocidade ficou parado em 120 quilômetros por hora. O motor estava com rotação quase máxima: 6 mil rotações (a máxima é de 7 mil).
O delegado Adonai Armstrong, da Delegacia de Crimes e Delitos de Trânsito, foi o responsável pelo procedimento investigativo que analisou a suposta responsabilização de um adulto pela entrega do veículo a menor de idade. O carro pertencia a I.R.A.F. que estava em viagem para o Exterior. A casa onde ocorria a festa era dela e do marido E.F., que estava em Foz do Iguaçu, Oeste do Paraná. ``Os pais de um dos jovens não estavam no local, portanto não poderiam ter autorizado o menor a sair com o carro. De qualquer forma, espero que o Ministério Público se posicione sobre o assunto e responsabilize ou não os maiores``, disse Armstrong.
O promotor responsável pelo caso é Mario Luiz Ramidoff, do Juizado Especial Criminal.