O Paraná pode ser o segundo estado brasileiro a ter uma Vara de Entorpecentes. A nova divisão tem o objetivo de encaminhar os usuários de drogas que cometem algum crime para tratamento, ao invés de para prisão. Vara semelhante só existe em Recife (PE) e a instalação no Paraná ainda está em estudo. A idéia de implantá-la surgiu no encontro de Conselhos Nacionais de Entorpecentes (Conens), na semana passada, em Brasília.
A medida pode ser o primeiro passo para amenizar o problema do consumo de drogas no Paraná, que aumenta consideravelmente. Além disso, a triagem também pretende diminuir a superlotação do sistema carcerário e consequentemente situações grotescas, como a cobrança de pedágio nas prisões, denunciada pelos próprios detentos.
A Vara de Entorpecentes pode ser considerada uma iniciativa inédita para o combate às drogas, já que o Estado não tem nem mesmo um levantamento oficial dos usuários de drogas, não identifica as substâncias mais consumidas, nem a rota do tráfico entre os municípios. É no mínimo curioso, já que um relatório como esse serviria para ajudar tanto no combate às drogas como no tratamento dos usuários, enquanto o projeto de instalação da Vara patina nos tramites burocráticos.
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Sem esses dados oficiais, resta ao Estado a observação e um pouco (nem precisa muito esforço) de atenção às manchetes dos jornais. Jogue a primeira página o leitor que não vê, um dia sequer, matérias sobre apreensão de entorpecentes, guerra entre traficantes e crimes cometidos por causa das drogas. Isso quando não observamos com os próprios olhos uma turminha "puxando um fuminho" inocente na esquina ou alguém tentando acender cachimbo de crack ao ar livre.
Segundo a Divisão do Narcotráfico do Paraná, o consumo de crack é o que mais cresce no Estado, mas os dados não podem ser considerados porque não são oficiais. Quem sabe na Semana de Prevenção as Drogas, que vai acontecer de 25 a 29 de junho, as autoridades atentem também para a urgência desse levantamento.