O Paraná é o maior produtor de plantas medicinais do Brasil. O Estado conquistou esta posição em função do clima e tipo de solo adequados para o cultivo de plantas medicinais. A falta de organização dos produtores e necessidade de mais pesquisas sobre cada produto, no entanto, deixam o Estado dependente do mercado varejista de São Paulo, que domina a distribuição do produto.
Alternativas para a produção e a comercialização das plantas medicinais é o tema do 1º Encontro Brasileiro de Plantas Medicinais, que reúne estudantes, pesquisadores, produtores e empresários, esta quarta e amanhã em Curitiba.
''A idéia do encontro nasceu depois que constatamos os problemas que os produtores enfrentam para comercializar seus produtos'', diz o engenheiro agrônomo e professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná, Ruy Inacio Neiva de Carvalho, presidente da comissão organizadora do evento. Essas dificuldades, segundo ele, foram captadas durante um ano de pesquisas para caracterização de duas plantas nativas do Paraná, a carqueja e a espinheira-santa.
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Os pesquisadores decidiram escolher essas duas espécies por serem plantas nativas, que crescem espontaneamente, têm alto valor comercial e, ainda, correm o risco de extinção, uma vez que a maior parte é simplesmente extraída da natureza. Com apoio da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, que repassou R$ 33 mil através do Programa Paraná 12 Meses, a pesquisa abrangeu 25 municípios da Região Metropolitana de Curitiba e detectou a existência de apenas seis produtores das duas espécies.
Os pesquisadores levantaram dados sobre as tecnologias usadas no cultivo, no tratamento da planta após a colheita e na comercialização. A partir das deficiências detectadas, como a falta de identificação botânica das plantas, o próximo passo será trabalhar junto aos agricultores para a utilização dos métodos corretos.
Cerca de 1 mil produtores cultivam 2,5 mil hectares de plantas medicinais, segundo estimativas da Empresa de Assistência Técnica e Rural do Paraná (Emater). A produção total é engrossada principalmente pelo extrativismo, ou seja, a extração direto da natureza, que na maioria das vezes acontece sem preocupação de plantar outras mudas, como forma de evitar sua extinção.