As mulheres dos presos que estão na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara (Região Metropolitana de Curitiba) ficarão na porta do presídio para acompanhar o desfecho da rebelião, previsto para esta segunda-feira. Elas querem vigiar os passos da Polícia Militar para que os policiais não invadam a PCE de forma violenta. A PM não quis adiantar os detalhes da remoção dos presos. Segundo um coronel que não quis se identificar, a PM vai trabalhar com o "fator surpresa" e para ele, 24 horas e 1 minuto do dia 11 já é segunda-feira.
Os familiares dos detentos (mulheres, namoradas, mães e irmãs) estavam conformadas com a suspensão das visitas deste domingo. Até as visitas na Penitenciária Feminina foram suspensas. Mas as mulheres não saíram do local, porque se sentiam mais seguras "ficando por perto". Elas começaram a chegar na tarde do sábado, como fazem toda a semana, para conseguirem entrar no domingo logo cedo nas dependências do presídio.
Mesmo sabendo que não haveria visitas, elas foram preparadas para ficarem um período maior. Levaram plásticos, colchonetes, travesseiros e cobertores para passarem à noite. As mulheres também não quiseram se identificar, por temerem represálias com os companheiros na prisão. Outras, temiam pelo emprego. "Meu patrão nem sonha que tenho marido preso. Se ele sabe, me manda embora na hora", disse uma delas.
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Elas querem se certificar que os líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) vão mesmo embora. "A rebelião não é dos 1,5 mil presos que estão aí dentro, é apenas deles", disse uma delas referindo-se aos membros do PCC. "Nós garantimos mais a vida dos presos do que a PM", disse outra. Elas temem que após a rebelião a PM entre no presídio quebrando tudo e batendo nos presos.
A rebelião deve durar até que os rebelados do PCC cheguem aos seus destinos. Até lá os reféns vão permanecer sob a guarda dos presos que ficarem.