A CNM (Confederação Nacional dos Municípios) indica que os repasses do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) registraram alta de 14,51% no primeiro semestre de 2024 - sem o efeito da inflação, o crescimento real foi de 9,96%. No final de junho, foi repassado o terceiro decêndio do mês, que chegou à casa de R$ 4,7 bilhões, já descontando a retenção do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).
Dados da STN (Secretaria do Tesouro Nacional) apontam que o terceiro decêndio de junho, comparado com o mesmo decêndio de 2023, teve crescimento de 34,41% em termos nominais. “O acumulado do mês, em relação ao mesmo período do ano anterior, apresenta crescimento de 27,90%”, diz a CNM.
A Confederação pontua em nota que, apesar do “elevado crescimento do FPM” no início de 2024, a orientação é que os gestores municipais utilizem os recursos federais “com cautela e atenção”.
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“É de suma importância neste momento – de crise financeira – que o gestor tenha pleno controle das finanças da prefeitura. A Confederação seguirá acompanhando de perto a evolução do FPM a fim de garantir a autonomia dos municípios brasileiros, uma vez que há a expectativa de crescimento moderado do FPM, ao contrário do observado entre 2021 e 2022. O ano de 2024 segue desafiador para a gestão municipal”, diz a entidade.
Segundo
a CNM, a arrecadação da base de cálculo do FPM cresceu R$ 6,82 bilhões
no terceiro decêndio de junho de 2024, passando de R$ 19,83 bilhões para
R$ 26,65 bilhões. "O fator preponderante para esse crescimento foi a
expansão de R$ 5,62 bilhões do IRRF, que correspondeu a 82% do
crescimento", acrescenta.
Segundo o prefeito de Arapongas e presidente da Amepar (Associação dos Municípios do Médio Paranapanema), Sérgio Onofre, realmente houve um aumento no repasse do FPM em comparação com o ano passado, mas essa elevação ainda não compensa as perdas de 2023. “Esse aumento não é real”, diz o prefeito.
Mesmo percebendo uma articulação dos municípios em busca de mais recursos, Onofre acredita que não haverá “melhoria nenhuma” neste ano. Ele aponta que o país está em uma situação difícil e que o “custo Brasil” aumentou - e a conta acaba ficando para os municípios.
“Essas brigas, essas marchas, essas lutas, tudo é válido, só que eu não acredito que existe uma melhora porque eles não têm de onde tirar [recursos] para mandar. Os municípios vão ter que se adequar e aprender a conviver dessa forma”, reforça.
O entendimento do presidente da Amepar, que já foi externado em outras entrevistas, é que as prefeituras acabam gastando em áreas que são responsabilidade dos governos estadual e federal.
“Eu enxergo que os municípios discutem um assunto, e nós tínhamos que discutir o geral. A saúde pública, mesmo, quanto que o município paga que não é dele, que é do Estado e da União? Todos os municípios do Paraná gastam 25%, 30% na saúde. Nós pagamos isso porque temos que pagar exames que não são nossos”, exemplifica. “O que está onerando e sangrando os municípios é o geral, não é só o FPM, só a oneração da folha.”
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