O governador Roberto Requião resolveu, nesta terça-feira, se solidarizar ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e determinou que a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) investigue com a máxima ''dureza'' o conflito ocorrido entre seguranças contratados pela empresa Syngenta, em Santa Tereza do Oeste (24 km ao Sul de Cascavel) e os sem terra que tentavam reocupar a fazenda -uma estação de pesquisas da multinacional que desenvolve produtos geneticamente modificados.
No conflito morreram Fábio Ferreira de Souza, de 25 anos (segurança) e Valmir Mota de Oliveira, de 42 anos (sem-terra conhecido por Keno). Sete seguranças foram presos por participação no incidente.
A reocupação da área da multinacional foi realizada por cerca de 150 militantes. Na ação, os manifestantes teriam soltado fogos de artifício para espantar os seguranças.
Leia mais:
Defesa Civil do Paraná alerta para risco de fortes tempestades de sábado até segunda
Matrículas da rede estadual do Paraná para 2025 encerram nesta sexta-feira
Motorista morre e passageiro se fere em capotamento em Pérola
Passageiro de van morre em colisão contra base de concreto em Engenheiro Beltrão
Os sem-terra teriam desarmado os seguranças. ''Essa execução de trabalhador precisa ser punida. Já determinei à Secretaria de Estado de Segurança Pública a máxima dureza neste caso. O Paraná não aceita a Syngenta, não quer a Syngenta no Paraná. Ela não é bem-vinda no nosso Estado'', disse Requião, durante a reunião semanal do secretariado.
A Syngenta lamentou os episódios e as mortes no conflito armado e enfatizou, através de assessoria, que jamais autorizou o uso da força ou de armas na defesa da fazenda.
Requião lembrou que a Syngenta não pode produzir sementes transgênicas em seu país de origem (a Suíça), que decidiu banir organismos geneticamente modificados após realizar plebiscito sobre o assunto. "Se fizessem na Suíça o que fazem aqui, os executivos da Syngenta estariam presos. Mas, aqui, eles conseguiram modificar a legislação brasileira para plantar transgênicos na área de amortecimento de um parque nacional", afirmou. "Por isso, como governador, quero deixar claro que a Syngenta não é bem-vinda no Estado do Paraná".