O governador Roberto Requião (PMDB) quer que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, participe da reunião, na próxima semana, com integrantes da Operação Mãos Limpas e representantes dos trabalhadores rurais sem-terra para negociar a questão da invasão da Fazenda Araupel, em Quedas do Iguaçu (165 quilômetros a leste de Cascavel). Requião deve aproveitar sua ida à Brasília (DF), nesta quarta-feira, para tentar formalizar o convite ao ministro.
O governo do Estado vem participando das negociações com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no caso da Araupel, mas Requião deixou claro que o problema é da União. ''Vou conversar com o ministro nesta quarta-feira, em Brasília, porque a solução para a Araupel deve ser definida através do governo federal'', disse.
A Ouvidoria Agrária Nacional havia prometido enviar lonas e alimentos, ainda na semana passada, para as 1,5 mil famílias que ocuparam parte da Fazenda Araupel, mas a burocracia atrasou a compra. A remessa dos produtos faz parte do acordo firmado com os sem-terra para que eles mudem o acampamento para uma outra área da propriedade, distante do núcleo industrial onde são produzidos papel e celulose e onde é feito o beneficiamento da madeira.
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Os sem-terra estão na expectativa de receber as lonas para reorganizar o acampamento e iniciar o cultivo de alguns produtos agrícolas. Enquanto isso, as famílias estão discutindo como será o plantio, se convencional ou orgânico, como ficará a divisão de tarefas e quais produtos serão cultivados, conforme informou um dos líderes do acampamento, Adelso Schwalemberg. Segundo ele, mais 400 famílias, aproximadamente, de Quedas do Iguaçu, juntaram-se ao acampamento.
O superintendente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná, Celso Lisboa de Lacerda, informou, por meio da assessoria de imprensa, que a negociação com a Araupel está sendo conduzida pelo secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.
O diretor da Araupel em Porto Alegre (RS), Luiz Roberto Ceron, disse, hoje, que não houve qualquer avanço. O governo federal quer comprar áreas da Araupel. A empresa se dispõe a emprestar uma área de 2,3 mil hectares para assentamento provisório.