A Secretaria Estadual de Educação (Seed) afastou o diretor e a professora de Artes do Colégio Estadual Dom Geraldo Fernandes, em Cambé, em consequência da polêmica provocada por um trabalho escolar que abordava temas como aborto, suicídio e pedofilia envolvendo a Igreja. O afastamento foi determinado nesta terça-feira (31) e vale por 30 dias.
O afastamento ocorre enquanto o trabalho é investigado pelo Núcleo Regional de Educação (NRE) em um processo administrativo e pela Polícia Civil. A professora e o diretor devem ser ouvidos no NRE nesta quarta-feira (1º) e, em seguida, os alunos do 3º ano do Ensino Médio que fizeram os trabalhos também serão ouvidos.
A polêmica começou na sexta-feira (27), quando pais de alunos souberam e fotografaram os trabalhos e divulgaram as imagens nas redes sociais. Para eles, o trabalho incentiva as práticas. Nesta segunda (30), uma carta aberta à comunidade explicou o processo de ensino aprendizagem empregado e os objetivos acadêmicos do trabalho, que era de prevenção por meio de debates e reflexão.
Leia mais:
No Norte do Paraná, 'a igreja que cresce para baixo', em arquitetura neogótica
Carro de Londrina se envolve em colisão frontal em Ivaiporã
Condutora de motocicleta sem habilitação morre em colisão em Rolândia
Motociclista morre em colisão frontal com caminhonete em Guairaçá
A APP-Sindicato (que representa servidores da rede estadual de ensino) também divulgou nota na qual expressa preocupação com "a criminalização dos (as) professores (as) e da escola pública" e em apoio ao diretor e à professora. Leia abaixo a íntegra da nota.
"A APP- Londrina esteve nesta segunda-feira (30/10) pela manhã no Colégio Estadual Dom Geraldo Fernandes no município de Cambé. A visita foi realizada pelo Presidente Márcio André, e pelos Diretores Rogério Nunes da Silva e Sidney Paduan. Na ação os membros da direção reforçaram o apoio à professora e a comunidade escolar.
A APP- Londrina tem acompanhado com preocupação os fatos ocorridos na escola Dom Geraldo Fernandes. É importante destacar que esta não é a primeira ação desenvolvida direta ou indiretamente por grupos sensacionalistas e intolerantes, que sistematicamente procuram polemizar e descontextualizar as ações desenvolvidas nos espaços escolares.
A criminalização dos (as) professores (as) e da escola pública em nada contribui para o desenvolvimento do trabalho escolar. O denuncismo nas redes sociais e na imprensa objetiva apenas promover os interesses de alguns grupos políticos que no fundo não têm nenhum compromisso com a educação pública.
Reforçamos que a participação da sociedade e da família na formação das crianças, adolescentes e jovens é fundamental. Para tanto, é importante o envolvimento da comunidade escolar nos espaços de gestão democrática já existentes nas escolas públicas, tais como Associação de Pais e Mestres e Conselhos Escolares. E é neste espírito que a APP – Londrina vem a público declarar seu compromisso com a verdade e com a defesa da escola pública."