O secretário estadual do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, pretende sugerir ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que baixe uma resolução proibindo a transferência de lixo tóxico de um estado para outro. Apesar do Paraná ser um grande produtor de resíduos contaminados por uso de agrotóxicos, Cheida acredita que a medida evitará problemas ambientais e estimulará práticas mais corretas ecologicamente.
A discussão sobre o assunto aconteceu após uma denúncia de vereadores da Câmara de Curitiba, que afirmaram que 300 toneladas de lixo vindas de Cubatão (SP) para um aterro da empresa Essencis, na Cidade Industrial, conteriam pentaclorofenol, um composto utilizado na impermeabilização da madeira e agrotóxicos que têm propriedades cancerígenas. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) aguarda para hoje o resultado de um laudo para decidir se o nível de toxicidade dos resíduos permitem seu tratamento no aterro ou se outra alternativa será estudada.
A posição do secretário foi classificada como incoerente pelo diretor da Associação Brasileira de Tratamento de Resíduos (Abetre), Breno Palma. Segundo ele, nem todas as localidades possuem instalações adequadas e licenciadas para o tratamento dos resíduos tóxicos. ''Na hipótese de outro Estado adotar a mesma política, o Paraná, sem dúvida, seria o mais prejudicado, pois é um grande exportador de resíduos'', comentou Palma.
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Para o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Rasca Rodrigues, a pressão da Abetre é compreensível, mas não justifica uma mudança da decisão do Paraná. ''As empresas que lidam com o tratamento e transporte dos resíduos com certeza vão se sentir prejudicadas. Mas caso a resolução sugerida ao Conama seja aceita, essas empresas terão mercado em seus próprios estados'', justificou Rodrigues.
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