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Debates

Temas nacionais foram destaque em reunião do governo

Redação - Folha de Londrina
03 nov 2003 às 14:28

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O objetivo de intercalar temas nacionais no encontro semanal do governo é, segundo o governador do Paraná, Roberto Requião, o de ampliar os debates em torno de um novo modelo de administração e desenvolvimento e proporcionar à equipe oportunidade de ouvir expoentes em diversas áreas.

O ministro do Supremo Tribunal Militar, tenente-brigadeiro-do-ar, Sérgio Xavier Ferolla, apresentou a palestra "Alternativas tecnológicas e industriais no campo da biomassa", destacando as vantagens econômicas potenciais do retorno ao cultivo da mamona no Paraná.

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Segundo ele, há uma grande demanda mundial pelos produtos derivados da mamona, como a glicerina e outros similares aos produzidos com petróleo, como plásticos e náilon.

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A demanda é especialmente significativa nos países europeus, onde a preocupação com as questões ambientais é maior, já que os derivados da mamona são biodegradáveis.

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Além disso, óleo de mamona é misturado aos combustíveis convencionais e, por ser altamente estável, impede alterações no desempenho dos motores em baixas temperaturas.


O Brasil reduziu drasticamente o cultivo de mamona a partir de meados dos anos 80 em função de ser, na ápoca, uma atividade que exigia colheita manual.

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Países como a China e a Índia, que mantêm este sistema, são os maiores produtores mundiais e, segundo Ferolla, têm a compra de toda sua produção assegurada. O Paraná teria uma situação favorável em função de dispor de agricultura mecanizada e eficiente.


Segundo ele, este pode ser um mercado competitivo para o Brasil, já que foi desenvolvida uma semente híbrida nacional que protege o solo da possibilidade da planta alastrar-se para além do terreno destinado ao seu cultivo. Além disso, seria uma boa alternativa para a safrinha, plantada em paralelo com a cultura principal.

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O Paraná, que chegou a ser o maior produtor mundial, hoje cultiva cerca de 10 mil hectares de mamona, informou o presidente do Iapar, Onaur Ruano.


Segundo ele, o incentivo do plantio da mamona deve ser mais amplamente estudado levando em conta as característica do Paraná. O solo das regiões de arenito, onde os índices de desenvolvimento humano são baixos, tem uma boa resposta para esta cultura.

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Segundo o governador Roberto Requião, a proposta de incentivar novamente a produção da mamona e possíveis investimentos em seu beneficiamento estão entre as alternativas que o governo está considerando.


O vice-governador e secretário da Agricultura e Abastecimento, Orlando Pessuti, ressaltou que o Paraná vem desenvolvendo projeto de produção de biodiesel - Programa Paranaense de Bioenergia, parceria entre Iapar, Emater, Universidades, Embrapa e Tecpar, entre outras instituições.

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O programa prevê o aproveitamento de outras matérias-primas como girassol, nabo, canola, amendoim, mamona e pinhão manso na produção de biocombustível.


Já o jornalista Mauro Santayana abordou a questão do pacto federativo e lembrou que o Brasil é um mito de país unitário, já que nasceu dividido em capitanias hereditárias.

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O jornalista fez um resumo histórico das diversas revoluções e crises políticas que o país enfrentou desde então, tendo sempre como ponto central a questão federativa.


Para Santayana, é hora de se restaurar o pacto federativo, por razões políticas e administrativas. "As comunidades, representadas pelos municípios, clamam maior liberdade e, ao mesmo tempo, é preciso acabar com a centralização de decisões pelo governo federal", disse.


O jornalista destacou que quis apresentar uma reflexão sobre o assunto, num momento em que os debates sobre desenvolvimento sustentável apontam para uma escala em que aparece, em primeiro lugar, a cidade e o município, em segundo lugar o Estado e, em terceiro, a união dos estados. "É preciso resistir e acabar com o garroteamento dos estados e municípios, que não suportam mais depender da benevolência de burocratas de Brasília para poder administrar", conclamou Santayana.


Para o secretário estadual da Fazenda, Heron Arzua, nunca houve no Brasil tanta centralização como na atualidade. "A Lei de Responsabilidade Fiscal asfixiou estados e municípios, mas não atinge a União. A reforma tributária é a federalização definitiva do ICMS, que passa a ser um imposto federal regido por legislação federal", disse Arzua, que considera que o pacto federativo não existe mais. "Qualquer burocrata de Brasília pode controlar os estados", concordou com Mauro Santayana.

Fonte: Agência Estadual de Notícias


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