A questão dos transgênicos no Brasil é o destaque da Jornada de Agroecologia - 2º Encontro Paranaense, que começa nesta quarta-feira no Centro de Eventos de Ponta Grossa.
No primeiro dia do encontro pelo menos 5 mil agricultores familiares vão participar de uma marcha pró-reforma agrária e contra os transgênicos. A carta a ser divulgada no encerramento, na sexta-feira, vai defender a proibição do cultivo de organismos modificados geneticamente.
O lema do encontro deste ano é Terra Livre de Transgênicos e Agrotóxicos. A avaliação dos debates anteriores é que o cultivo de transgênicos é incompatível com a agricultura familiar, pois, além de causar danos ao meio ambiente, provoca uma dependência crescente dos produtores, decorrente da impossibilidade de produzir suas próprias sementes, por exemplo.
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A abertura do encontro, na quarta-feira às 18 horas, deve ter a participação do governador Roberto Requião (PMDB) e do secretário nacional da Agricultura Familiar, Valter Bianchini. Em seguida haverá uma palestra de Plínio de Arruda Sampaio sobre a fome no Brasil.
Na quinta-feira o secretário estadual do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, fará palestra às 17h30, com o tema Políticas Governamentais em Agroecologia. Há expectativa de que ele anuncie uma "moratória" dos transgênicos no Paraná. Às 8 horas, Peter Rosset fará uma palestra com o tema Império, Resistência Popular e Biotecnologia.
A partir das 14 horas os agricultores vão participar de oficinas sobre políticas públicas em agroecologia, comercialização e certificação, produção de sementes, uso da água, manejo agroflorestal, agrotóxicos e transgênicos.
Um painel sobre reforma agrária, com a participação de Bernardo Mançano, Gilmar Mauro e Altemir Tortelli, abre a programação da sexta-feira, às 8 horas. A partir das 11 horas, Marilena Lazzarini fala sobre transgênicos e os direitos do consumidor.
À tarde prosseguem as oficinas e às 18 horas acontece o ato de encerramento. No sábado será realizada uma feira de produtos agroecológicos no Centro de Eventos.
Os objetivos do encontro são promover a agricultura familiar ecológica, estimular políticas públicas de incentivo à produção e ao consumo de alimentos saudáveis, articular propostas de desenvolvimento rural sustentável, favorecer o intercâmbio técnico e político de agricultores familiares, ampliar a capacidade de expressão política da agricultura familiar ecológica, ampliar as restrições legais aos transgênicos e agrotóxicos, ampliar a consciência ecológica da população em geral e contribuir com o programa Fome Zero, apresentando as contribuições da agricultura familiar para resolver as causas estruturais do problema.
A realização é do Departamento de Estudos Sócio Econômicos Rurais (Deser), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf/Sul), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e prefeituras de Ponta Grossa, Londrina, Maringá e Palmeira, entre outros.